Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Mudança da embaixada brasileira para Jerusalém é questão de 'quando' e não 'se', diz Netanyahu

Primeiro-ministro de Israel disse ter recebido a informação do presidente eleito Jair Bolsonaro

Nicola Pamplona
Rio de Janeiro

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse neste domingo (30) ter ouvido do presidente eleito Jair Bolsonaro que a mudança da embaixada brasileira naquele país para Jerusalém é questão de tempo.

O presidente eleito Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu
O presidente eleito Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu - Fernando Frazao/Agência Brasil/AFP

A medida havia sido anunciada por Bolsonaro durante a campanha.

“Bolsonaro me disse que a mudança da embaixada não é questão de ‘se’ e sim questão de ‘quando’”, afirmou, em encontro com a comunidade judaica no Rio.

Ele se reuniu com o presidente eleito na sexta (28) para iniciar conversas sobre parcerias comerciais.

A mudança do local da embaixada é polêmica por desagradar países muçulmanos, que também consideram Jerusalém como cidade sagrada.

Ao prometer a medida, Bolsonaro segue o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o primeiro a anunciar a mudança de local há um ano.

Como integrante do Brics (bloco econômico que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil assinou neste ano um documento defendendo que as discussões sobre a capital de Israel fossem parte de negociações sobre acordo de paz entre Israel e Palestina.

O país tem se posicionado em questões multilaterais mais alinhado a países árabes do que a Israel.

Bolsonaro, porém, vem mostrando desejo de aproximação com o governo israelense desde a campanha.

Netanyahu é o primeiro premiê israelense a visitar o Brasil desde a fundação do Estado de Israel, em 1948. 

Em encontro com jornalistas no hotel, disse estar emocionado e empolgado com as possibilidades de parceria entre os dois países.

Israel espera aproximação econômica, mas também maior alinhamento em discussões em organismos multilaterais —incluindo questões que envolvem o conflito árabe-israelense.

Netanyahu tentou afastar temores sobre possíveis ameaças de terrorismo devido à transferência da embaixada, dizendo que não houve atentados relacionados à decisão desde que os Estados Unidos propuseram a medida —a nova embaixada foi inaugurada em maio.

Além de EUA e Brasil, a Guatemala também anunciou mudança para Jerusalém.

Neste mês, a Austrália reconheceu a cidade como capital de Israel, mas ainda não pretende transferir a embaixada.

INTERESSE

Em conversa com jornalistas, Netanyahu disse que o Brasil é hoje o principal interesse da política comercial israelense, que busca mercados para empresas daquele país.

“É um dos dois grandes países do mundo com os quais não temos acordos comerciais”, afirmou ele. O outro é a Indonésia.

O premiê fez uma apresentação mostrando uma série de setores, como tecnologia da informação, agricultura e segurança, nos quais Israel tem produtos e serviços a oferecer.

“Você desenvolve um país como se desenvolve uma empresa: com novos produtos ou com novos mercados”, disse.

Os dois governos criarão delegações em áreas específicas para estudar as parcerias. A expectativa é que os primeiros acordos sejam firmados durante visita de Bolsonaro a Israel em março.

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