Onda de ataques deixa 4 mortos e eleva tensão na Cisjordânia

Premiê Netanyahu anuncia legalização de casas em assentamentos na região disputada por israelenses e palestinos

Equipes de emergência retiram palestino ferido durante confronto com tropas israelenses próximo ao assentamento judaico em Beit El, Ramallah, na Cisjordânia - Mohamad Torokman/Reuters
Ramallah (Cisjordânia) | Reuters e Associated Press

Um atirador palestino matou dois soldados israelenses em um ponto de ônibus na Cisjordânia nesta quinta-feira (13), horas depois que forças israelenses mataram dois membros do Hamas acusados por ataques anteriores contra alvos de Israel. 

O porta-voz do Exército israelense, Jonathan Conricus, disse que o atirador havia saído de um carro próximo ao assentamento judaico de Ofra e abriu fogo contra civis e militares. Um terceiro soldado israelense ficou ferido.

O ataque ocorreu próximo ao local onde atiradores a bordo de um carro feriram sete israelenses no domingo (9), entre elas uma mulher grávida. Ela teve um parto prematuro, e o bebê morreu.

Em buscas durante a madrugada na Cisjordânia, Israel disse que seus comandos mataram o palestino responsável pelo ataque de domingo e outro palestino acusado de ataque em 7 de outubro em que dois civis foram mortos. 

Equipes israelenses investigam ponto de ônibus alvo de ataque de palestino próximo ao assentamento de Givat Asad, na Cisjordânia - Ahmad Gharabli/AFP

Em dois outros incidentes na quinta, a polícia disse que um palestino esfaqueou e feriu dois policiais israelenses em Jerusalém Oriental antes de ser morto, enquanto o Exército afirmou que um motorista palestino realizou ataque na Cisjordânia contra soldados israelenses, ferindo um deles. As forças israelenses responderam, e o motorista foi morto. 

O veículo do ataque desta quinta fugiu em direção a Ramallah, disse Conricus, e em reação os postos de passagem para a cidade da Cisjordânia foram fechados. 

O premiê Binyamin Netanyahu adotou uma série de medidas de segurança na Cisjordânia em resposta aos incidentes, entre elas a demolição dentro de 48 horas das casas dos palestinos acusados pelas agressões, o aumento das detenções de militantes do Hamas e o aumento da presença de forças israelenses na região.

"Vamos acertar as contas com quem quer tenha feito isso", afirmou. "Nosso princípio é o de que quem nos machuca ou tenta nos machucar deve ser responsabilizado." 

Netanyahu anunciou ainda que irá permitir a legalização de milhares de casas em assentamentos judaicos na Cisjordânia.

Segundo o ministro da Justiça, Ayelet Shaked, mais de 2 mil casas serão legalizadas. 

Nenhum grupo assumiu responsabilidade pelos ataques. Mas Fawzi Barhoum, porta-voz do Hamas baseado em Gaza, disse que foram "uma operação heroica e corajosa".

O governo da Autoridade Nacional Palestina, de Mahmoud Abbas, condenou a violência.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.