Depois de quatro meses de negociação, Suécia consegue formar novo governo

O social-democrata Stefan Löfven se manterá como premiê após acordo com siglas de centro

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O líder social-democrata Stefan Löfven fala com jornalistas no Parlamento após ser reeleito como premiê
O líder social-democrata Stefan Löfven fala com jornalistas no Parlamento após ser reeleito como premiê - Stina Stjernkvist/TT News Agency/Reuters
Estocolmo | AFP

A Suécia pôs fim, nesta sexta-feira (18), a quatro meses de crise política com a reeleição pelo Parlamento do primeiro-ministro social-democrata Stefan Löfven, que conseguiu neutralizar a direita radical e manter um dos últimos governos de centro-esquerda na Europa.

"Em todo mundo, a direita radical está expandindo sua influência", declarou Löfven em entrevista coletiva após uma votação no Parlamento.

"A Suécia terá agora um governo que não dependerá dos Democratas da Suécia", disse ele, se referindo partido nacionalista anti-imigração ficou em terceiro lugar na eleição de setembro, jogando o país em um impasse político. 

Tradicionalmente o país foi governado ou pelos sociais-democratas ou por uma aliança de direita. Os dois lados se mantiveram como as duas principais forças do Parlamento na última eleição, mas sem maioria para governar exatamente por causa do crescimento dos Democratas da Suécia. 

Tanto Löfven quanto o líder do Partido Conservador (que ficou em segundo lugar), Ulf Kristersson, receberam do presidente do Parlamento o encargo de formar uma coalizão, mas as negociações falharam por diversas vezes, já que as duas siglas se recusavam a negociar com a direita radical. 

Se um novo governo não tivesse sido formado até a próxima semana, novas eleições seriam convocadas, o que poderia aumentar a força dos Democratas da Suécia. 

Para resolver o impasse, Löfven se viu obrigado a negociar com partidos que formavam a antiga coalizão de direita, que acabou rachando.   

Assim, o novo governo minoritário de centro-esquerda incluirá os social-democratas e os Verdes, como aconteceu entre 2014 e 2018. Mas terá também o apoio do Centro e dos liberais, que eram membros da coalizão de oposição no mandato anterior, graças a um acordo assinado na semana passada.

Juntos, esses quatro partidos têm 167 cadeiras de um total de 349, oito a menos do que a maioria absoluta de 175. A conta só fechou porque o Partido de Esquerda (ex-comunista), com 28 cadeiras, decidiu se abster da votação, em uma tentativa de impedir o fortalecimento da direita radical. 

O Partido Conservador e a Democracia Cristã, que também era parte da coalizão, não irão participar e continuarão na oposição.  

A Constituição do país escandinavo permite que um governo permaneça enquanto a maioria dos deputados não fizerem uma moção de censura. Assim, para derrubá-lo seria necessário um acordo entre a esquerda radical e os grupos mais a direita. 

Para fechar a coalizão, Löfven teve de fazer importantes concessões políticas ao centro e aos liberais, que cobravam a flexibilização do trabalho, a redução de impostos para as pessoas de alta renda e a liberalização dos aluguéis de casas novas.

O governo de Löfven será um dos mais fracos do país nos últimos 70 anos, com apenas 32,7% dos votos obtidos nas legislativas de 9 de setembro.

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