Polícia alemã prende jovem suspeito de ter vazado dados de Merkel e líderes

Autoridades descartam motivação política e dizem que o estudante estava irritado com políticos

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Berlim | AFP e Reuters

Um estudante alemão de 20 anos confessou ter sido o responsável por um dos maiores vazamentos de dados da história do país, que atingiu a chanceler Angela Merkel e outros políticos, além de jornalistas e celebridades, informou o Departamento Federal de Investigações nesta terça-feira (8). 

As autoridades disseram que o jovem fez a ação porque estava irritado com as lideranças políticas e descartaram uma ligação entre ele e o partido de direita radical AfD (Alternativa para a Alemanha), o unico que não foi afetado pelo vazamento. 

A suspeita também tinha recaído sobre hackers russos, acusados de ciberataques anteriores contra a Alemanha —Moscou negou participação em todos os casos.

O procurador Georg Ungefuk durante entrevista coletiva na cidade de Wiesbaden na qual deu detalhes do caso
O procurador Georg Ungefuk durante entrevista coletiva na cidade de Wiesbaden na qual deu detalhes do caso - Kai Pfaffenbach/Reuters


Os promotores se recusaram a comentar sobre as preferências políticas do suspeito possa ter, mas disseram que nenhum material radical foi encontrado.

"O acusado disse que sua motivação foi a irritação com as declarações públicas feitas por políticos, jornalistas e figuras públicas", disse o promotor Georg Ungefuk.  "Não há indícios sobre uma motivação política", acrescentou.

Ungefuk disse a repórteres que o suspeito, que pode ser condenado a até seis anos de prisão, estava arrependido e não tinha se dado conta das consequências de seu ato. Ele disse ainda que o jovem pode ajudar as autoridades em outras áreas ligadas a crimes cibernéticos.

Segundo a revista Der Spiegel, o suspeito, que não teve o nome divulgado, é autoditata, mora com os país e ainda está no ensino médio. 

Ele foi preso no domingo (6) em sua casa na região de Frankfurt após uma operação de busca e apreensão em seu apartamento, afirmou a Polícia em um comunicado.

Embora o vazamento dos dados tenha acontecido próximo ao Natal, o caso só ganhou destaque na última sexta (4), quando a imprensa alemã descobriu as informações em links disponibilizados por uma conta anônima no Twitter. 

Nenhuma informação sigilosa chegou a ser vazada. Foram divulgados, sobretudo, contatos, endereços, conversas na Internet, documentos internos dos partidos, além de carteiras de identidade e cartas. Nem todos os documentos são atuais.

Em alguns casos, fotos, endereços privados, ou números de celulares, também foram divulgados, como o da líder do SPD (Partido Social-Democrata) , Andrea Nahles. Em relação a Angela Merkel, foram divulgados emails, já semipúblicos, e links para cartas que lhe foram enviadas. No total, mais de mil pessoas foram afetadas. 

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