Descrição de chapéu Venezuela

Parlamento opositor indica novos diretores para subsidiária petroleira da Venezuela

Objetivo é obter receitas do petróleo; Maduro ameaça líder opositor

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Caracas | AFP e Reuters

A Assembleia Nacional da Venezuela, de maioria opositora, designou nesta quarta-feira (13) um novo conselho diretor para a Citgo, subsidiária da petroleira venezuelana PDVSA nos EUA, em uma tentativa de retirar das mãos do ditador Nicolás Maduro o controle das renda do petróleo do país. 

O anúncio foi feito líder opositor e presidente da Assembleia Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por cerca de 50 países.

As indicações fazem crescer o duelo entre Guaidó e Maduro pelo controle do país. Maduro afirmou que não vai permitir que a Citgo seja "roubada". 

Exatamente como a tomada de controle da Citgo ocorreria não ficou claro, e há grandes chances de que a autoridade dos novos diretores seja questionada judicialmente. A Citgo e a PDVSA não comentaram o anúncio.

Refinaria da Citgo em Corpus Christi, no Texas (EUA) - Erwin Seba - 25.jan.19/Reuters

Apesar do reconhecimento internacional a Guaidó, Maduro retém o controle das instituições estatais, entre elas a PDVSA, principal fonte de renda do regime, e conta com o apoio das Forças Armadas. 

Ao controlar o  Citgo, o ativo estrangeiro mais valioso da Venezuela, Guaidó pode obter parte dos fundos necessários para formar um governo interino, embora um controle sobre a PDVSA seja improvável enquanto Maduro estiver no poder. 

"Tomamos um passo na direção da reconstrução da PDVSA", afirmou Guaidó em uma rede social, após a indicação dos novos diretores. "Com esta decisão, estamos não apenas protegendo nossos ativos, mas também evitamos sua contínua destruição." 

"A nova direção será composta por venezuelanos capazes, livres de corrupção e sem filiação partidária",  acrescentou, qualificando o anúncio de "histórico". 

A produção de petróleo pela PDVSA caiu para o nível mais baixo em cerca de 70 anos, devido a dívidas, corrupção e baixa manutenção de sua infraestrutura, em meio à grave crise econômica por que passa o país. 

O governo do presidente Donald Trump, que apoia Guaidó, impôs sanções contra o setor petrolífero venezuelano no dia 28 de janeiro, com o objetivo de impedir exportações para os EUA e aumentar a pressão sobre Maduro. 

Foram indicados para a direção da Citgo os venezuelanos Luisa Palacios, Angel Olmeta, Luis Urdaneta e Edgar Rincon, todos vivendo nos EUA atualmente, mais um americano.

Em uma entrevista a um canal de TV libanês divulgada nesta quarta, Maduro afirmou que Guaidó irá enfrentar a justiça "mais cedo ou mais tarde" por violar a Constituição após se declarar presidente interino no mês passado.

"Essa pessoa, que acredita que a política é um jogo e que pode violar a Constituição e a lei, mais cedo ou mais tarde terá de responder aos tribunais", afirmou. 

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