Vídeo mostra ação truculenta de polícia de Hong Kong contra manifestantes

Episódios de violência têm se tornado cada vez mais frequentes

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São Paulo

​Correria, violência e gritos marcam um vídeo publicado pelo fotógrafo Pakkin Leung neste sábado (31), dia em que manifestantes de Hong Kong ignoraram uma proibição da polícia local e voltaram às ruas para protestar.

Em um dos dias mais intensos desde o início dos atos pró-democracia, Leung registrou a ação truculenta de policiais na estação de metrô Prince Edward.

O vídeo mostra agentes agredindo ativistas com cassetetes e quebrando guarda-chuvas, além de ameaças de disparo de tiros de borracha a curta distância, dentro de um dos vagões do trem:  

Em pouco mais de dois minutos, as imagens de Leung exibem o recrudescimento da repressão policial no território semi-autônomo. Ainda que muitas das manifestações contrárias ao aumento do controle chinês tenham sido pacíficas, os episódios de violência têm se tornado cada vez mais frequentes.

Na metade inicial do vídeo, os policiais estão na plataforma da estação. Eles provocam ativistas dentro do trem, imobilizam um jovem que corre ao sair de uma das composições e batem nos que tentam se aproximar.

A partir do minuto final, porém, os agentes invadem um vagão e passam a espancar os manifestantes. A cena, chocante, é sucedida pela imagem de um membro das forças de segurança atirando spray de pimenta contra os rostos de um casal ajoelhado.

Abraçados, os ativistas choram e gritam desesperadamente. 

Desde junho, milhares de pessoas participam de manifestações contra um projeto de lei --agora suspenso-- que permitiria a honcongueses serem extraditados para serem julgados nos tribunais da China continental, controlados pelo Partido Comunista.

Com a intensificação do movimento, os atos passaram a abrigar outras demandas por mais democracia em Hong Kong, como maior participação na escolha dos representantes no Parlamento local e a queda da chefe-executiva local, Carrie Lam, alinhada à Pequim.

Ex-colônia britânica, o território foi devolvido em 1997 ao controle chinês sob o regime "um país, dois sistemas", que garante liberdades desconhecidas no resto do país, como a de imprensa.

A tensão em torno do ato deste sábado foi amplificada pelas detenções, no dia anterior, de figuras importantes do movimento pró-democracia, incluindo três deputados: Cheng Chung-tai, Au Nok-hin e Jeremy Tam, todos críticos a Pequim.

Foi a primeira vez que parlamentares foram presos desde o início da onda de protestos. Além deles, dois líderes do Movimento dos Guarda-Chuvas, Joshua Wong e Anges Chow, populares entre os ativistas, também foram detidos, acusados de “incitar a participação em uma concentração proibida”.

Os dois foram indiciados em uma audiência durante a tarde e colocados em liberdade após o pagamento de fiança. Desde junho, mais de 900 pessoas já foram detidas.

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