Li o artigo “Embaixadores disputam o troféu de bolsonarista do ano”, de Patrícia Campos Mello, publicado neste jornal em 1º/11.
Patrícia menciona carta enviada por mim ao El País sobre o artigo “Brasil camina al borde del precipicio”, de Breno Altman. Gostaria de fazer algumas ponderações:
A articulista acusa-me de ter sido “colérico” e “inflamado” na carta. Altman, porém, não fez artigo sereno nem tranquilo a respeito da realidade do Brasil.
A resposta foi compatível com o teor e o tom da crítica adotada.
A jornalista aponta, ainda, que recorri de forma “pedante e desnecessária ao grego” ao utilizar o termo “alethefobia” (aversão à verdade).
A expressão foi resposta minha ao uso inapropriado do termo “aporofobia” (aversão aos pobres) por Altman.
Também sou criticado por manifestar-me sobre artigo de opinião, exatamente aquilo que a jornalista também faz quando comenta minha carta.
Normalmente não comento artigos de opinião. No caso do artigo de Altman, as calúnias que proferiu justificavam abrir uma exceção.
Finalmente, sou acusado de gastar “precioso tempo” contestando artigo de imprensa.
Ocorre que, como cidadão, tenho direito à livre manifestação de pensamento e, como diplomata, tenho o dever de responder a difamações ao meu país.
Lamento que a articulista se refira dessa forma à minha carta.
Pompeu Andreucci Neto é embaixador do Brasil na Espanha
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