O ministro da Saúde da Colômbia, Fernando Ruiz, afirmou nesta quarta-feira (20) que o diálogo com as autoridades brasileiras tem sido "absolutamente difícil" para enfrentar em conjunto a propagação do novo coronavírus na fronteira compartilhada da Amazônia.
"Acho que uma reação conjunta com o Brasil não é muito viável e nos obriga a redobrar nossos esforços em Leticia", disse Ruiz para a W Radio. A cidade colombiana fica na fronteira com o Brasil e é uma das mais atingidas pela pandemia.
Ruiz acrescentou que tem tentado estabelecer ações conjuntas com o governo do Amazonas para a área fronteiriça que, além de Leticia, envolve Tabatinga, mas que o processo anda a passos lentos, o que o preocupa.
Do Brasil, país mais afetado pela pandemia na região, a doença se espalhou para outras nações que compartilham porções da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo.
O presidente da Colômbia, Iván Duque, anunciou na sexta-feira (15) alguns protocolos de ação em acordo com o governo de Jair Bolsonaro, que se opõe às medidas de quarentena e isolamento social adotadas em vários estados e cidades brasileiros.
Com 210 milhões de habitantes, o Brasil é o terceiro país mais afetado do mundo em número de infecções, depois dos Estados Unidos e da Rússia: são 271 mil casos e quase 18 mil mortes.
Mas a realidade pode ser muito pior, pois os especialistas consideram que os números reais sejam até 15 vezes maior, devido à escassez de testes de diagnóstico.
No lado colombiano, o Amazonas é o departamento com a maior taxa de infecção do país, com mais de 90 pessoas contaminadas para cada 10 mil cidadãos. A área iniciou um fechamento total na sexta-feira para tentar conter a expansão do vírus.
Com 613 mortes e 16.935 infecções desde 6 de março, a Colômbia manterá a maioria de sua população em confinamento severo até 31 de maio.
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