Príncipe Philip e rainha Elizabeth inauguraram o Masp e viram Pelé jogar no Maracanã

Casal real fez visita de dez dias ao Brasil, onde foi recebido por Costa e Silva em Brasília

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O príncipe Philip, morto nesta sexta-feira (9), aos 99 anos, esteve no Brasil duas vezes. A primeira viagem —menos conhecida— aconteceu em 1962, quando ele participou de uma turnê pela América do Sul durante a campanha de vendas do avião bimotor inglês Dart Herald.

O duque de Edimburgo aterrissou em Brasília em 15 de março de 1962, onde foi recebido pelo então presidente João Goulart no Palácio do Planalto. No dia seguinte, pilotou ele mesmo o avião em direção a São Paulo, mas uma pane paralisou um dos motores pouco após a decolagem, e Philip quase sofreu um acidente. Ele foi então obrigado a voltar e chegou a São Paulo com duas horas de atraso, num avião da FAB (Força Aérea Brasileira). Na capital paulista, viu Pelé jogar no estádio do Pacaembu.

Na segunda vez que veio ao Brasil, Philip passou dez dias acompanhando a rainha Elizabeth 2ª, em novembro de 1968, durante o regime militar. A rainha chegou ao aeroporto de Guararapes, no Recife, em 1º de novembro, às 16h15. O duque de Edimburgo, que havia pousado às 16h, subiu a bordo do Boeing da Real Força Aérea Inglesa para buscá-la —ele havia voado do México, onde assistia aos Jogos Olímpicos.

Elizabeth vestia as cores da bandeira brasileira: chapéu azul e um vestido verde e amarelo —descritos em reportagem desta Folha como “bastantes sóbrios”—, enquanto Philip usava terno marrom, camisa azul clara, gravata vermelha e chapéu panamá branco.

Em seguida, o casal foi para o Palácio do Campo das Princesas (sede do governo estadual). Durante quase meia hora faltou luz na região, e o casal ficou sob uma iluminação improvisada com refletores das emissoras de televisão que registravam a visita e tinham geradores. Naquele mesmo dia, Elizabeth e Phillip foram para Salvador. Depois de uma visita que durou três horas, a comitiva embarcou no iate real, o Britannia, que rumou para o Rio de Janeiro, de onde partiria depois para Brasília.

No quinto dia da viagem, o casal foi recebido na capital pelo então presidente Arthur da Costa e Silva. Milhares de pessoas se acotovelaram para vê-los no Congresso, no STF e em todos os outros locais visitados —hotéis ficaram lotados de turistas que queriam ver membros da família real de perto.

A rainha se disse admirada com Brasília. “Em particular, impressionou-me a ideia traduzida na mais ousada e bela das arquiteturas, de se construir uma capital em torno dos três Poderes fundamentais do Estado: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário”, afirmou.

Em 6 de novembro, o casal real chegou a São Paulo, onde visitou o Monumento do Ipiranga, o Terraço Itália e passou a noite no Palácio dos Bandeirantes. No dia seguinte, a rainha Elizabeth e o príncipe Philip participaram da inauguração do Masp (Museu de Arte de São Paulo), ao lado do prefeito Faria Lima e do governador Abreu Sodré. Naquele mesmo dia, eles seguiram para Campinas.

O último destino da viagem foi a visita ao Rio de Janeiro, aonde os dois chegaram em 8 de novembro. A agenda oficial começou com um coquetel no Iate Clube e terminou com um jantar oferecido pelo casal real a cerca de 50 convidados a bordo do Britannia. No dia seguinte, os dois visitaram pontos turísticos como a praia de Botafogo e o mirante Dona Marta, mas foi em 10 de novembro que o casal assistiu a um jogo amistoso no Maracanã, marcado especialmente para os convidados.

Diante de 85 mil pessoas, a seleção paulista venceu a seleção carioca por 3 a 2. No final, a rainha Elizabeth, ao lado do marido, entregou a taça a Pelé. No dia seguinte, eles embarcaram para o Chile.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.