Eduardo Bolsonaro e Bia Kicis são criticados após encontro com parlamentar alemã de extrema direita

Neta de membro do governo nazista, Beatrix von Storch é conhecida por bandeira xenófobas

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Guarulhos

Os deputados federais Eduardo Bolsonaro (SP) e Bia Kicis (DF), ambos do PSL, foram criticados nesta quinta-feira (22) após postarem em suas redes sociais fotos dos encontros que tiveram com Beatrix von Storch, deputada alemã de extrema direita e vice-líder da sigla populista AfD (Alternativa para a Alemanha).

"Conservadores do mundo se unindo para defender os valores cristãos e a família", escreveu Kicis, que também preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

As críticas não tardaram a chegar. A deputada alemã é conhecida pela defesa de políticas xenofóbicas e anti-imigração, já tendo sido investigada por incitação ao ódio contra muçulmanos.

Kicis tentou responder: "Nada desabona sua conduta, por tudo que pesquisei. É a mesma narrativa contra conservadores aqui e no mundo."

Eduardo Bolsonaro lembrou as pautas conservadoras e de costumes que os unem. "Somos unidos por ideais de defesa da família, proteção das fronteiras e cultura nacional", disse o deputado ao publicar fotos com a alemã —com todos os presentes sem máscaras.

Em 2018, a polícia alemã pediu que Von Storch fosse investigada após postagens da deputada em redes sociais. À época, ela questionou a decisão da polícia da cidade de Colônia de publicar mensagens em árabe, como parte de uma campanha multilíngue.

A parlamentar disse: "O que diabos está acontecendo de errado neste país? (...) Estão querendo agradar os bárbaros, os muçulmanos e essa horda de homens estupradores?". O Twitter e o Facebook removeram as postagens, classificadas como discurso de ódio.

A deputada é neta de Lutz Graf Schwerin von Krosigk, ministro das Finanças na Alemanha nazista. O parentesco e as bandeiras xenofóbicas que ela propõe foram ressaltados nas redes sociais após as publicações de Bolsonaro e Kicis.

O Museu do Holocausto relembrou a trajetória da deputada. Em resposta ao post de Bia Kicis, disse: "É evidente a preocupação e a inquietude que esta aproximação entre tal figura parlamentar brasileira e Beatrix von Storch representam para os esforços de construção de uma memória coletiva do Holocausto no Brasil e para nossa própria democracia".

O perfil do movimento Judeus pela Democracia também comentou os encontros. "Sob a capa do conservadorismo, o bolsonarismo não se preocupa mais em esconder suas simpatias", disse.

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