O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta sexta-feira (27) que o governo chinês omite informações cruciais para entender a origem do coronavírus. A declaração foi feita depois de o democrata ter acesso a relatórios de agências de inteligência americana sobre o surgimento do vírus.
"Há informação crucial sobre as origens desta pandemia na República Popular da China, mas desde o início as autoridades do governo chinês têm trabalhado para impedir que pesquisadores internacionais e membros da comunidade global de saúde pública tenham acesso a ela", afirmou Biden.
No total, nove órgãos americanos investigaram a origem do coronavírus. Quatro agências de inteligência e o Conselho Nacional de Inteligência dizem acreditar que a hipótese de surgimento por animal é a mais provável. Entretanto, outra agência afirma que há um nível moderado de confiança de que o vírus tenha surgido em laboratório. Outras três agências não comentam nenhuma das possibilidades. Todas as agências concordam, porém, que é muito improvável que o vírus tenha sido criado como arma biológica.
Antes dessa investigação, somente duas agências eram favoráveis à hipótese de que o Sars-Cov-2 tenha origem natural. Mesmo assim, o relatório afirma que essa suposição tem nível de confiança baixa —indicando que novas respostas podem ser dadas em outras pesquisas.
As agências indicam que não conseguem novas informações sobre a origem do vírus se não acessarem mais dados, principalmente amostras dos primeiros casos de Covid-19 em Wuhan. Segundo o jornal americano The New York Times, algumas autoridades americanas dizem crer que pesquisadores chineses têm maior acesso a essas amostras e que o governo liderado por Xi Jinping está barrando investigações sobre a origem do coronavírus por medo do que possa ser descoberto.
Em resposta, a embaixada chinesa em Washington afirmou que os serviços americanos de inteligência estão fazendo manipulação política e colocando a China como um bode expiatório.
Na quarta (25), pesquisadores da OMS (Organização Mundial da Saúde) que realizaram um relatório em março de 2021 sobre a origem do coronavírus publicaram um artigo na revista científica Nature com um apelo para a realização de novas investigações. Segundo eles, novos atrasos podem impossibilitar a realização de alguns experimentos biológicos essenciais para a descoberta de como o patógeno surgiu.
Aproximadamente 4,5 milhões de pessoas já morreram de Covid-19 desde o primeiro caso oficial, em dezembro de 2019. No Brasil, o total foi de 578.396 óbitos e 20.703.645 de pessoas infectadas, conforme dados do consórcio de veículos de imprensa do qual a Folha faz parte.
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