Descrição de chapéu mudança climática

Número de mortos pelo furacão Ida sobe para 5 nos EUA; mais de 1 milhão estão sem energia

Louisiana e Mississippi foram os estados mais atingidos; rebaixado para depressão tropical, fenômeno avança em direção ao Tennessee

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Guarulhos

Ao menos cinco pessoas morreram nos EUA desde domingo (29) devido aos impactos do furacão Ida, que, ao perder força, tornou-se uma tempestade tropical e atingiu o sudeste do país, em especial os estados de Louisiana e Mississippi. Mais de um milhão de americanos estão sem energia elétrica.

Na noite desta segunda (30), duas pessoas morreram e dez ficaram feridas após chuvas torrenciais levarem ao desabamento de uma rodovia no Mississippi. Em Louisiana, um homem morreu afogado ao tentar manobrar seu carro em Nova Orleans, e outro após a queda de uma árvore em Prairieville. Uma quinta morte foi confirmada pelo New York Times na noite desta terça (31), após uma mulher ter sido encontrada morta no sul de Nova Orleans.

Em Slidell, a cerca de 50 km dali, um homem desapareceu após ser mordido por um crocodilo nesta segunda, em uma região que estava alagada, com água na altura do joelho. A mulher da vítima de 71 anos conseguiu salvá-lo do ataque, mas, após sair para buscar ajuda já que os ferimentos eram graves, seu marido havia sumido.

Casal usa barco para transportar cães em um bairro inundado no Mississippi
Casal usa barco para transportar cães em um bairro inundado no Mississippi - Sean Rayford/Getty Images - 30.ago.21/AFP

A Entergy, empresa de energia de Louisiana, disse que "levaria dias para determinar a extensão dos danos à rede e muito mais tempo para restaurar a transmissão elétrica para a região".

O desabastecimento elétrico e, em alguns locais, a falta de água preocupam pela onda de calor que se aproxima dos dois estados nesta terça, segundo alerta do Serviço Nacional de Meteorologia.

O presidente Joe Biden aprovou o pedido de Louisiana para uma declaração federal de desastre e o de Mississippi para uma declaração de emergência, o que facilita o envio de ajuda federal para complementar os esforços estaduais. "Sabíamos que o furacão Ida tinha o potencial de causar danos maciços e foi exatamente isso que vimos", disse o democrata em pronunciamento na segunda (30).

Mais de 3.600 funcionários da Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês) foram enviados para as regiões mais atingidas, bem como 3,4 milhões de refeições, milhões de litros de água e cerca de 200 geradores de energia, informou a Casa Branca em comunicado.

"A maior preocupação é que ainda estamos realizando buscas e resgates e temos pessoas em todo o sudeste de Louisiana que estão em lugares difíceis", disse o governador do estado, John Bel Edwards, à rede americana NBC. Nesta terça, ele alertou que aqueles que deixaram a região não devem ainda retornar até que o gabinete de emergência diga que é seguro.

Ainda contabilizando os estragos deixados pelo Ida, algumas regiões americanas avaliam que a infraestrutura erguida após a passagem devastadora do furacão Katrina, há 16 anos, mostrou-se eficiente. O fenômeno deixou à época mais de 1.800 mortos.

Em Nova Orleans, o sistema de diques projetado com cerca de US$ 15 bilhões conseguiu barrar parte do avanço da água e se manteve de pé, impedindo que a região fosse inundada. "Os dólares de parceiros estaduais e federais investidos em nosso sistema de diques não foram em vão. No entanto, devemos reparar nossa rede de energia quebrada", escreveu a prefeita LaToya Cantrell em uma rede social.

Agora rebaixado para uma depressão tropical, o Ida se dirige para os estados do Tennessee e de Massachusetts nos próximos dias. Condados do Tennessee estão sob alerta para enchentes, o que significa que as condições são favoráveis para inundações, incluindo em uma área do estado que ainda se recupera das chuvas recordes causadas pela tempestade tropical Fred.

Cresce o consenso da comunidade científica americana de que a rápida intensificação do furacão tem raízes nas mudanças climáticas.

"Sabemos que, em geral, os furacões estão se intensificando mais rapidamente", disse Katharine Hayhoe, cientista-chefe da Nature Conservancy, organização ligada à preservação da biodiversidade, à CNN. "Eles são maiores e mais fortes do que seriam de outra forma, têm muito mais chuvas associadas, e o aumento do nível do mar exacerba a onda de tempestades."

Com The New York Times

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