Papa Francisco escolhe 2 brasileiros entre 21 novos cardeais da Igreja Católica

Indicações mostram movimento do pontífice para tentar aumentar influência do catolicismo na Ásia

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Cidade do Vaticano e São Paulo | Reuters

O papa Francisco, 85, anunciou neste domingo (29) a escolha de 21 novos cardeais, incluindo um italiano que lidera a igreja na Mongólia, decisão que mostra o pontífice colocando suas marcas outra vez no futuro do catolicismo. Dos 21 selecionados, 16 têm menos de 80 anos, o que os torna elegíveis para participar do próximo conclave que vai determinar o sucessor de Francisco após a morte ou a renúncia dele.

A lista do argentino inclui dois brasileiros: o catarinense Leonardo Ulrich Steiner, 71, arcebispo de Manaus, e o fluminense Paulo Cezar Costa, 54, arcebispo de Brasília.

O papa Francisco acena de sua janela no Vaticano
O papa Francisco acena de sua janela no Vaticano - Vatican Media via Reuters

Steiner, eleito em abril presidente da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia, foi ordenado padre pelo cardeal Paulo Evaristo Arns (1921-2016), primo dele, de acordo com perfil publicado no site da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), da qual foi secretário-geral de 2011 a 2019.

Já Costa é secretário-geral do Conselho Episcopal Latino Americano. Quando Francisco veio ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, ele era vice-presidente do comitê organizador do evento.

Depois de 27 de agosto, data que marca a oficialização das indicações, no processo conhecido como consistório, o papa terá escolhido 83 de cerca de 133 cardeais eleitores, aumentando as chances de que o sucessor no comando da Igreja Católica seja um homem que reflete as posições dele em temas-chave.

À medida que há novas nomeações, aprofunda-se a presença de líderes da igreja oriundos do mundo em desenvolvimento. Por outro lado, cai o controle que os europeus tinham sobre o Colégio de Cardeais.

Os novos eleitores incluem o arcebispo italiano Giorgio Marengo, hoje é chefe da igreja na Mongólia, país que faz fronteira com a China, onde o Vaticano tenta melhorar a situação dos seus fiéis.

Outros escolhidos são de Paraguai, Nigéria, Índia, EUA, Timor Leste, Gana, Singapura e França. Outros três religiosos que se tornarão cardeais vêm de Coreia do Sul, Reino Unido e Espanha. Em vez de priorizar arcebispos de cidades conhecidas, Francisco deu preferência a nomes de lugares distantes em que a igreja tem pouca participação ou vem ganhando força.

Ao indicar nomes em Singapura, Mongólia, Índia e Timor Leste, o pontífice parece buscar o aumento do prestígio e da influência da Igreja Católica na Ásia, região de forte ascendência política e econômica.

A promoção do bispo Robert McElroy, de San Diego, do estado americano da Califórnia, carrega forte significado, porque ele tem sido um aliado na abordagem pastoral de Francisco em questões como a proteção do ambiente e na postura mais acolhedora a fiéis católicos gays.

Ao fazer com que McElroy se torne um cardeal, o papa deixou de fora os arcebispos conservadores de San Francisco e de Los Angeles, duas grandes cidades que abrigaram cardeais no passado.

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