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Primeira-dama da Ucrânia em rara entrevista: 'Nem a guerra tira meu marido de mim'

Olena Zelenska contou que passou mais de dois meses sem poder ver o marido; conflito segue sem fim claro no horizonte

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BBC News Brasil

A primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, deu uma rara entrevista à imprensa do país e apareceu ao lado do marido, o presidente Volodimir Zelenski, apenas pela segunda vez desde o início da guerra, em fevereiro —ela tem permanecido em locais secretos por motivo de segurança.

"Nossa família foi despedaçada, assim como todas as famílias ucranianas", afirmou na entrevista. A repórter ucraniana então perguntou: "A guerra essencialmente tirou seu marido de você". "Ninguém tira meu marido de mim, nem mesmo a guerra", Zelenska respondeu.

Olena Zelenska ao lado do marido, o presidente Volodimir Zelenski, em funeral em Kiev - Viacheslav Ratinski - 17.mai.22/Reuters

"Mas sim, ele vive para seu trabalho, e nós [família] quase não o vemos. Não o vimos durante dois meses e meio [da duração da guerra]. Só falamos por telefone um com o outro. Agora estamos tendo algumas ocasiões para nos ver. E sou grata por esta ocasião [entrevista], que nos permite passar um tempo juntos".

"Um encontro romântico na TV", afirmou a entrevistadora. "Sim, um encontro na TV. Obrigada", respondeu a primeira-dama, que tem dois filhos com Zelenski —uma menina chamada Oleksandra e um menino chamado Kirilo.

Sobre o primeiro dia da ação militar russa, em 24 de fevereiro, Zelenska afirmou que "acordou com sons estranhos lá de fora, como provavelmente todo mundo".

"Estava escuro, e vi que Volodimir [Zelenski] não estava [deitado] do meu lado. Ele já estava vestido, de terno, mas sem gravata. Perguntei a ele o que estava acontecendo, e ele disse: 'Começou'. Não consigo descrever as emoções —ansiedade, estupor... Ele me falou isso e saiu. Depois disso, não nos vimos por um bom tempo."

Ao lado de Zelenska, o presidente ucraniano afirmou que o fim da Guerra da Ucrânia depende da diplomacia.

"Estou muito convencido disso. Há coisas que não podemos encerrar sem sentar em uma mesa de negociações. [...] Porque nós queremos tudo de volta, e a Rússia não quer dar nada de volta", afirmou Zelenski.

A Guerra da Ucrânia está perto de completar três meses sem um fim claro no horizonte.

Neste fim de semana, o principal negociador ucraniano, Mikhailo Podoliak, descartou qualquer possibilidade de um cessar-fogo com concessões territoriais por parte da Ucrânia. Ele alega que isso permitiria a permanência de tropas russas nesses locais e facilitaria eventuais ataques futuros.

Após capturar a cidade portuária de Mariupol, as tropas russas seguem atacando a região de Donbass, no leste da Ucrânia. Acredita-se que estejam se preparando para tentar tomar as cidades de Sloviansk e Severodonetsk.

Neste domingo, Volodimir Zelenski estendeu a lei marcial na Ucrânia por mais três meses, até 23 de agosto. Essa lei determina, por exemplo, a permanência de homens de 18 a 60 anos no país para combater na guerra.

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