Situação do gás na Alemanha é tensa e pode piorar, diz agência reguladora

Fornecedora russa Gazprom suspendeu fluxo em gasoduto que abastece Europa por tempo indeterminado

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Berlim | Reuters

O fornecimento de gás da Alemanha está atualmente garantido, mas a situação é tensa e uma deterioração não pode ser descartada, afirmou neste sábado (3) o regulador da rede de gás do país.

No dia anterior, a Gazprom, estatal russa do setor, anunciou que a suspensão no fornecimento de gás para a Europa não tem data para acabar. O funcionamento do gasoduto Nord Stream 1 foi interrompido há três dias e, segundo a empresa, ficaria até este sábado em manutenção.

Mas técnicos russos encontraram um vazamento de óleo no motor do gasoduto. De acordo com eles, a turbina principal da estação de compressores de Portovaia, perto de São Petersburgo, não pode operar com segurança. Eles não estipularam um prazo para consertar a estrutura.

Estrutura do gasoduto da Gazprom na Rússia - Stoyan Vassev - 30.ago.22/serviço de imprensa da Gazprom via Reuters

"Os defeitos alegados pelo lado russo não são uma razão técnica para a interrupção das operações", disse neste sábado o regulador alemão em seu relatório diário a respeito da situação do gás.

A Gazprom informou neste sábado que a Siemens estava pronta para realizar os reparos, mas não havia nenhum lugar disponível para fazer o trabalho. A Siemens negou e disse que não foi contratada, mas estava disponível. Acrescentou ainda que o vazamento relatado pela Gazprom normalmente não afeta a operação de uma turbina e pode ser selado no local.

"Independentemente disso, já apontamos várias vezes que há turbinas adicionais suficientes disponíveis na estação de compressão de Portovaia para que o Nord Stream 1 funcione", disse um porta-voz da empresa.

O Nord Stream 1 é o principal gasoduto do continente europeu. Na prática, ele conecta o oeste da Rússia ao noroeste da Alemanha, que distribui o combustível a outros países da Europa. Antes da atual suspensão, porém, a estrutura estava funcionando com apenas 20% da capacidade.

O Kremlin culpa as sanções ocidentais impostas à Rússia devido à Guerra da Ucrânia por interromperem o fluxo de gás no Nord Stream 1. Autoridades ocidentais rejeitaram essa alegação, e a Siemens disse que as sanções não proíbem a manutenção.

A Europa acusa a Rússia de usar o fornecimento de gás como arma no que Moscou chamou de "guerra econômica" com o Ocidente devido às consequências da invasão russa da Ucrânia.

Questionado sobre a suspensão no sábado, o comissário econômico Paolo Gentiloni disse que a União Europeia espera que a Rússia respeite os contratos de energia com os quais concordou, mas está preparada para enfrentar o desafio se Moscou não o fizer.

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