Descrição de chapéu mudança climática

Buenos Aires vive onda de calor histórica e vê invasão de pequenos insetos

Moradores relataram presença massiva de tripes, comuns em plantações, em meio a altas temperaturas e seca

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São Paulo

A onda de calor histórica que toma a região de Buenos Aires, na Argentina, fez com que moradores se deparassem com um desafio até estão restrito aos produtores agrícolas: a presença disseminada de tripes, pequenos insetos parecidos com piolhos.

Portenhos têm relatado nas redes sociais a presença desses bichos. Segundo o Sistema Meteorológico Nacional argentino, no último dia 11 Buenos Aires registrou mais de 32°C por 12 dias consecutivos, superando o recorde da onda de calor de 2017, que durou 11 dias.

Mulher se refresca com água de fonte pública na avenida 9 de Julho, em Buenos Aires, na Argentina, em meio a onda de calor histórica no país sul-americano
Mulher se refresca com água de fonte na avenida 9 de Julho, em Buenos Aires, em meio à onda de calor histórica no país sul-americano - Luis Robayo - 8.mar.23/AFP

Especialistas ouvidos pelo jornal La Nación apontaram que a presença dos tripes pode estar associada à combinação de seca e calor extremo. Com esse cenário, cultivos agrícolas, que costumam atrair os insetos, não se desenvolveram, o que levou os insetos a migrar para regiões urbanizadas.

A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) descreve os tripes como insetos pequenos, de corpo estreito e asas com franjas. Eles atacam grande variedade de plantas, principalmente as cultivadas. Geralmente vivem em folhas, brotos, flores e sob a casca de árvores.

O contato com os insetos pode gerar uma irritação na pele, similar à do contato com pulgas, mas em menor intensidade. Para se proteger, apontam especialistas, a melhor maneira é aplicar repelente.

A combinação de seca e calor extremo que vivem partes da Argentina estaria diretamente relacionada à emergência climática, segundo o grupo de pesquisas World Weather Attribution.

Em um recente relatório, eles apontam que as altas temperaturas registradas nos meses finais de 2022 —fruto direto da crise do clima— impactam a quantidade de água disponível na superfície terrestre, reduzindo as reservas e, assim agravando a situação de seca.

Desde 2019, o país e outros vizinhos da América do Sul estão experimentando a seca. Nos últimos quatro meses do ano passado, houve apenas 44% da precipitação média do período na região, o que corresponde ao valor mais baixo em pelo menos 35 anos, diz o Serviço Meteorológico argentino.

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