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China deve fortalecer treinamento militar para 'combate real', diz Xi Jinping

Orientação acontece em meio a tensões na região e exercícios para pressionar Taiwan

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São Paulo

O líder da China, Xi Jinping, pediu às Forças Armadas de seu país nesta quarta (12) para reforçar o treinamento "orientado para combate real". A instrução foi dada após três dias de exercícios para pressionar Taiwan, ilha que Pequim considera uma província rebelde desde o fim da guerra civil, em 1949.

Os primeiros comentários públicos de Xi desde o início dos exercícios foram transmitidos pela emissora estatal CCTV. Na véspera, durante visita a uma base naval no sul, o dirigente disse, sem citar Taiwan diretamente, que o exército deve "defender com determinação a soberania territorial e os interesses marítimos da China, além de se esforçar para proteger a estabilidade periférica em geral".

O líder chinês Xi Jinping discursa em quartel-general da Marinha
O líder chinês Xi Jinping discursa em quartel-general da Marinha - Li Gang - 11.abr.23/Xinhua

A tensão dos últimos dias se deve ao encontro, na semana passada, entre a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy —reunião considerada uma provocação por Pequim. Os testes militares, uma resposta ao encontro, terminaram na segunda-feira (10) e mobilizaram navios de guerra, lançadores de mísseis e caças.

Mesmo após a interrupção dos exercícios, militares da ilha continuam em alerta, segundo o South China Morning Post. De acordo com o jornal, o Ministério da Defesa de Taiwan diz que ao menos 35 aviões de guerra da China foram detectados operando ao redor da ilha desde segunda, assim como oito navios.

"As Forças Armadas [taiwanesas] monitoraram a situação e direcionaram aeronaves de patrulha aérea, navios e sistemas de mísseis baseados em terra para responder a essas atividades", disse a pasta.

À agência de notícias Reuters quatro fontes com conhecimento do assunto disseram que a China planeja fechar o espaço aéreo ao norte de Taiwan de 16 a 18 de abril, medida que afetaria de 60% a 70% dos voos entre o nordeste e o sudeste da Ásia, assim como voos entre Taiwan e Coreia do Sul, Japão e América do Norte. O Ministério da Defesa de Taiwan afirmou que está verificando a informação e que as restrições relatadas podem estar relacionadas a atividades espaciais, incluindo lançamentos de satélites.

Segundo o jornal britânico The Guardian, o Ministério dos Transportes de Taiwan disse que Taipé se opôs aos planos chineses e que o fechamento teria sido reduzido a um período de 27 minutos no domingo (16).

Nesta terça, a chancelaria da Alemanha criticou as "posições militares ameaçadoras" de Pequim, que aumentam "o risco de confrontos militares involuntários". "Esperamos que todos os atores da região contribuam para a estabilidade e a paz", afirmou Andrea Sasse, porta-voz da pasta, em entrevista coletiva.

A reaproximação de Taiwan com os EUA nos últimos anos irritou Pequim. Apesar do fato de Washington e Taipé não terem relações oficiais, os americanos fornecem apoio militar substancial à ilha.

No ano passado, a China fez manobras militares sem precedentes e disparou mísseis em reação à visita à ilha da democrata Nancy Pelosi, quando ela estava no mesmo cargo que McCarthy ocupa atualmente.

O início de exercícios militares conjuntos entre EUA e Filipinas nesta semana —os maiores da história dos dois países— acrescentou ainda mais tensão à região. Com esses treinamentos, os aliados tentam reforçar sua coordenação para neutralizar a influência chinesa na região. A proximidade das Filipinas com Taiwan pode tornar o país um aliado importante para o caso de a China invadir a ilha.

No início deste mês, o governo filipino anunciou a localização de quatro novas bases militares que serão usadas pelos EUA. Uma delas fica perto do Mar da China Meridional; a outra, não muito longe de Taiwan. A China criticou o acordo, dizendo que ele "põe a paz e a estabilidade regionais em risco".

Com Reuters e AFP

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