A Casa Branca divulgou, nesta quinta-feira (6), um documento que culpa o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump pela saída atabalhoada dos militares americanos do Afeganistão. Segundo o registro, formulado pela administração do democrata Joe Biden, "não havia sinais de que mais tempo, mais fundos ou mais americanos" pudessem ter mudado fundamentalmente o episódio.
De acordo com a Casa Branca, Biden herdou do governo anterior uma operação caótica e esgotada no Afeganistão, e isso teria prejudicado todo o restante da ação. "As transições são importantes. Essa é a primeira lição aprendida aqui. E a nova administração não teve muito o que aprender", disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, a jornalistas.
"Biden ficou com uma escolha difícil: retirar todas as forças dos EUA ou retomar a luta contra o Talibã", acrescentou.
Ainda segundo Kirby, o relatório aponta para uma "degradação deliberada" por parte do governo Trump. Ele acusa a administração passada de reduzir as tropas americanas no país do Oriente Médio, além de libertar milhares de prisioneiros talibãs, negociar o fim da guerra sem o governo local e congelar o programa de vistos afegãos.
O Talibã tomou o controle do Afeganistão em agosto de 2021, logo após Biden anunciar a retirada oficial de suas tropas no país do Oriente Médio. A conquista dos fundamentalistas foi tão rápida que os americanos e seus aliados europeus precisaram adiantar as decolagens dos voos militares.
Paralelamente, milhões de afegãos tentaram fugir do país, protagonizando cenas surreais. Em uma delas, ao menos duas pessoas morreram após se alojar junto ao trem de pouso de um gigantesco cargueiro militar americano C-17 em plena decolagem. Os vídeos do episódio mostram os corpos caindo após a aeronave levantar voo e se estatelando na pista abaixo deles.
Ainda assim, o relatório da Casa Branca defende a retirada das tropas. "A América está em uma base estratégica mais forte, mais capaz de apoiar a Ucrânia e cumprir nossos compromissos de segurança em todo o mundo, bem como a competição com a China, porque não está travando uma guerra terrestre no Afeganistão", disse Kirby.
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