Homem no Texas mata 5 vizinhos a tiros, incluindo criança de 8 anos

Suspeito atacou vítimas após reclamações de que ele estava disparando a arma em casa, diz polícia

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Houston | Reuters e AFP

Cinco pessoas, incluindo uma criança de oito anos, foram mortas a tiros em Cleveland, no interior do Texas, nos Estados Unidos, na noite de sexta-feira (28), informaram a polícia e as autoridades locais neste sábado (29). Outros três indivíduos ficaram feridos.

Segundo os investigadores, o suspeito disparava uma arma no jardim de sua casa quando as vítimas pediram a ele que parasse porque tentavam fazer um bebê dormir. Ele teria então respondido que faria o que quisesse no seu quintal.

Forças de segurança entram em casa onde homem matou a tiros cinco pessoas, incluindo uma criança de oito anos, em Cleveland, no Texas - Go Nakamura/Getty Images/via AFP

Funcionários do gabinete do xerife do condado de San Jacinto afirmam ter recebido uma ligação com uma denúncia da situação por volta das 23h31 do horário local (1h31 no horário de Brasília). Quando chegaram ao endereço informado, no entanto, depararam-se com várias pessoas baleadas.

Quatro pessoas foram declaradas mortas ainda na cena do crime, enquanto uma quinta veio a óbito após ser levada ao hospital. Duas delas, ambas mulheres, aparentemente tentavam proteger crianças quando foram atingidas —seus corpos estavam posicionados sobre menores que sobreviveram.

O suspeito pelo crime é Francisco Oropeza, 39, de nacionalidade mexicana, que segundo a polícia estava embriagado no momento do ataque e utilizou um rifle para realizá-lo. A organização ainda está à sua procura, e acredita que ele não tenha ido além de um raio de três quilômetros da cena do crime e esteja a pé ou de bicicleta.

As autoridades não revelaram as identidades das vítimas ou suas possíveis relações com o suspeito, mas disseram que todas eram de Honduras.

O episódio remeteu a uma série de casos recentes de violência extrema nos EUA que tiveram como gatilho atos inocentes. Neste mês, por exemplo, um adolescente negro de 16 anos foi baleado pelo proprietário de uma casa no Missouri —um homem branco de 84 anos— depois de tocar sua campainha por engano.

Dias depois, uma mulher de 20 anos no norte do estado de Nova York foi morta a tiros depois que ela e seus amigos entraram no acesso de carros errado. No mesmo período, duas líderes de torcida no Texas foram baleadas depois que uma entrou no carro errado num estacionamento escuro.

Incidentes do tipo evidenciam a facilidade do acesso a armas de fogo no país. O tema divide a sociedade americana, tanto eleitores como políticos —republicanos defendem que as restrições à compra e à posse de armas sejam mínimas, enquanto democratas pedem um controle mais rígido.

De acordo com dados da ONG Gun Violence Archive, que acompanha a violência armada nos EUA desde 2013, na primeira metade de 2022 10.260 pessoas foram mortas por armas de fogo no país, ou uma pessoa a cada 26 minutos.

É um número que vem aumentando ano após ano. Em 2014, foram 12.352. Em 2021, 20.944. Assim como o total de vítimas, também cresce a cada ano o número de feridos a tiros: 86% de 2014 a 2021.

O presidente Joe Biden, um democrata, propôs a proibição da venda de armas semiautomáticas com cartuchos de alta capacidade e o aumento da idade mínima para a compra desses armamentos, de 18 para 21 anos. Ele não conseguiu avançar com os projetos e ainda sofreu reveses: a Suprema Corte, de maioria conservadora, decidiu que o porte de armas em público não pode ser restringido por leis estaduais, abrindo espaço para que mais pessoas armadas circulem pelas ruas.

Por outro lado, republicanos e democratas chegaram a um acordo e aprovaram no ano passado um pacote de medidas que inclui a ampliação da checagem de antecedentes de compradores de armas de fogo e mais recursos federais a programas de saúde mental. Ainda que as medidas sejam consideradas tímidas para frear o aumento da violência armada no país, o acordo foi celebrado como a maior reforma na legislação sobre o tema em três décadas.

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