Governo oficializa indicação de ex-chanceler de Bolsonaro para embaixada no Canadá

Ato já era esperado, e Carlos França ainda deverá ser sabatinado por senadores antes de assumir, de fato, o posto em Ottawa

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Brasília

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), oficializou nesta quinta-feira (21) a indicação do ex-chanceler de Jair Bolsonaro (PL) Carlos França para comandar a embaixada do Brasil em Ottawa.

A mensagem do Executivo foi enviada para o Congresso Nacional e publicada no Diário Oficial. Como a Folha mostrou, a indicação já era esperada. Ele deverá agora passar por uma sabatina no Senado.

Carlos França, então chanceler do Brasil, durante cerimônia no Palácio do Itamaraty, em Brasília
Carlos França, então chanceler do Brasil, durante cerimônia no Palácio do Itamaraty, em Brasília - Adriano Machado - 21.jun.22/Reuters

França chefiou o Ministério das Relações Exteriores em 2021 e 2022, depois da gestão do olavista Ernesto Araújo, demitido após crise com o Congresso e o agronegócio devido à sua agenda ideológica anti-China.

França chefiou ainda a assessoria especial da Presidência e o cerimonial do Palácio do Planalto, também no governo Bolsonaro.

Ao longo de sua gestão, França foi visto como um diplomata que atuou para moderar a guinada ultra-ideológica promovida pelo antecessor, sem abandonar a orientação conservadora do Planalto.

Ele adotou tom menos belicoso em relação à China e esteve à frente das negociações que levaram ao único encontro entre Bolsonaro e o presidente dos EUA, Joe Biden, em Los Angeles, em junho de 2022.

A imagem de moderado que tentou projetar no Itamaraty, porém, foi arranhada pela reunião que Bolsonaro realizou com embaixadores estrangeiros, também no ano passado. Na ocasião, o então presidente destilou teorias conspiratórias sobre urnas eletrônicas e ataques contra o sistema eleitoral brasileiro.

A reunião está no centro das investigações da ação que tramita no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra Bolsonaro, cujo julgamento começa nesta quinta-feira (22) e tem como principal potencial consequência oito anos de inelegibilidade para o ex-presidente.

Segundo o Ministério Público Eleitoral, naquela ocasião Bolsonaro teria cometido abuso de poder político, desvio de finalidade e uso indevido dos meios de comunicação.

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