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Submarino do Titanic: o que acontece agora após confirmação de mortes

Equipes continuam a vasculhar área em que destroços do submersível foram encontrados

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Kathryn Armstrong Jonathan Amos
BBC News Brasil

A confirmação da morte de todas as pessoas a bordo do submarino Titan, que desapareceu no último domingo (18) enquanto fazia uma expedição até o naufrágio do Titanic, significa que a gigantesca operação de busca montada nas águas do oceano Atlântico tem novas prioridades.

A Guarda Costeira dos EUA confirmou na quinta (22) que todos os cinco ocupantes da embarcação morreram após o que provavelmente foi uma "implosão catastrófica" do submersível, que pertencia à empresa OceanGate. Mas muitas perguntas sobre o que aconteceu exatamente permanecem em aberto —e fazer todo o possível para tentar respondê-las será o foco daqui para frente.

O contra-almirante John Mauger, da Guarda Costeira americana, em entrevista coletiva sobre destroços encontrados
O contra-almirante John Mauger, da Guarda Costeira americana, em entrevista coletiva sobre destroços encontrados - Brian Snyder - 22.jun.23/Reuters

Os corpos vão ser recuperados?

O contra-almirante John Mauger disse que não poderia confirmar se a Guarda Costeira dos EUA seria capaz de localizar ou não os corpos das vítimas. "É um ambiente incrivelmente impiedoso", explicou.

Os ocupantes do submersível eram o bilionário britânico Hamish Harding, 58; o magnata britânico de origem paquistanesa Shahzada Dawood, 48, e seu filho, Suleman Dawood, 19; o CEO da OceanGate, Stockton Rush, 61; e o ex-mergulhador da Marinha francesa Paul-Henri Nargeolet, 77.

Você pode encontrar mais informações sobre cada um deles aqui.

O que vai acontecer com as buscas?

Não está claro neste momento qual agência vai conduzir a investigação, uma vez que não há protocolo para incidentes deste tipo com submersível. Mauger disse que o incidente foi particularmente complexo porque aconteceu em uma parte remota do oceano, envolvendo pessoas de diferentes nacionalidades.

Mas, tendo desempenhado um papel de liderança na operação até agora, a Guarda Costeira dos EUA provavelmente vai continuar tendo uma atuação importante. O contra-almirante disse que vai continuar a investigar a área do campo de destroços —e várias embarcações, equipes médicas e técnicos permanecem no local. As equipes vão começar a ser desmobilizadas nas próximas 24 horas.

Os veículos de operação remota (ROVs, na sigla em inglês) que vasculham o fundo do mar ao redor do naufrágio do Titanic também vão permanecer lá por enquanto. "Não tenho um cronograma para quando pretendemos interromper as operações remotas no fundo do mar neste momento", afirmou Mauger.

E os destroços do submersível?

Vai ser fundamental recolher o máximo possível de destroços, incluindo pedaços da fibra de carbono de que era feita parte da embarcação, para que as autoridades entendam o que aconteceu.

Os esforços para mapear a área em que partes do Titan foram encontradas continuam. Paul Hankin, especialista em fundo do mar, explicou que as buscas até agora encontraram cinco pedaços principais de destroços, usados para confirmar que era o submarino desaparecido.

Entre eles estão o cone do nariz e a parte dianteira e traseira do casco de pressão.

Como o incidente vai ser investigado?

O contra-almirante Mauger disse que os governos dos países envolvidos no incidente estão se reunindo para discutir como será a investigação.

Os envolvidos em qualquer investigação vão tentar confirmar a teoria de que uma implosão causou a morte dos que estavam a bordo do Titan —e, se for confirmado, quando e por que isso aconteceu.

Ele acrescentou que, embora o escopo disso esteja fora da sua alçada, questões mais amplas sobre regulamentações para missões subaquáticas do tipo provavelmente vão ser o foco de uma análise futura.

Outra potencial fonte de informação sobre o que aconteceu exatamente com o Titan podem ser os hidrofones —microfones subaquáticos usados para ouvir testes ilícitos de armas nucleares.

Isso ajudou a estabelecer, por exemplo, que o submarino argentino San Juan havia implodido após desaparecer na costa do país, em 2017. Os hidrofones podem ter capturado o fim do Titan, fornecendo o momento exato de quando a tragédia aconteceu. A Marinha dos EUA detectou sons "consistentes com uma implosão" logo após o submersível perder contato, informou um oficial da Marinha.

Nota: Apesar da definição genérica de submarino se aplicar também a embarcações submersíveis do tipo do Titan, tecnicamente falando uma embarcação submersível difere de um submarino pela sua capacidade autônoma de deslocamento. Segundo a National Oceanic and Atmospheric Administration, do Reino Unido, submarino é uma embarcação com capacidade de navegar no oceano por si mesma a partir de um porto de origem, enquanto um submersível possui reservas limitadas de energia tendo que ser transportado ao local de imersão por um outro veículo que se encarrega do lançamento e resgate do veículo.


Este texto foi publicado originalmente aqui.

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