Descrição de chapéu América Latina violência

Assassinato de Villavicencio não ficará impune, diz presidente do Equador

Lasso convoca reunião de emergência na sede do governo e promete rigor contra crime organizado

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O atual presidente do Equador, Guillermo Lasso, usou as redes sociais nesta quarta (9) para lamentar o assassinato de Fernando Villavicencio, 59, candidato à Presidência morto a tiros durante comício em Quito. Lasso também afirmou que o caso não ficará impune e prometeu rigor contra o crime organizado.

"Indignado e chocado com o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio. Minha solidariedade e condolências à esposa e às filhas. Pela sua memória e pela sua luta, garanto-vos que este crime não ficará impune", escreveu o presidente em uma publicação na plataforma X, o ex-Twitter .

Pessoas tentam se proteger de disparos em comício do candidato à Presidência Fernando Villavicencio, morto a tiros em Quito
Pessoas tentam se proteger de disparos em comício do candidato à Presidência Fernando Villavicencio, morto a tiros em Quito - Stringer - 9.ago.23/AFP

Lasso também convocou uma reunião de emergência no Palácio do Carondelet, sede do governo, com as lideranças do Conselho Nacional Eleitoral, da Procuradoria-Geral e da Corte Nacional de Justiça. "O crime organizado já percorreu um longo caminho, mas todo o peso da lei cairá sobre eles", postou o presidente.

Além da morte do candidato, ao menos nove pessoas ficaram feridas no atentado, algumas das quais foram internadas em uma clínica próxima ao local do evento. A polícia cercou as ruas no entorno.

Ex-congressista e candidato pelo Movimento Construye, Villavicencio apareceu em segundo lugar em uma pesquisa recente feita pelo instituto Cedatos, com 13,2% da preferência dos eleitores, só atrás de Luisa González, com 26,6%, a única mulher na disputa e aliada do ex-presidente socialista Rafael Correa.

Além de Lasso, que não concorre na eleição de 20 de agosto, todos os candidatos se manifestaram sobre o assassinato. González disse que o crime deixa todo o país em luto e defendeu uma resposta dura. "Jamais permitiremos que esse tipo de ato fique impune. Quando tocam um, tocam todos. Quando a vida de alguém está em risco, a de todos está em risco. Meu abraço a cada vítima equatoriana do terror."

O candidato Otto Sonnenholzner, ex-vice-presidente do país, também expressou "profundas condolências e solidariedade" à família de Villavicencio. "Que Deus o guarde em sua glória. Nosso país saiu do controle."

Jan Topic, outro na disputa, anunciou a suspensão de seus eventos de campanha e lamentou a morte do rival. "Hoje, mais do que nunca, é reiterada a necessidade de agir com mão firme contra o crime. Que Deus o tenha em sua glória." Já Xavier Hervas se referiu a Villavicencio como "mais um equatoriano vítima do crime organizado", definindo a morte do adversário como "um dia de trevas para a democracia", e Yaku Pérez se disse consternado pelo assassinato, ao qual se referiu como "trágico", "condenável" e "covarde".

Para Daniel Noboa Azín, mais um postulante à Presidência do Equador, o assassinato de Villavicencio foi um "ataque contra o país, contra a democracia e contra a paz de todos os equatorianos". Por fim, o candidato Bolívar Armijos disse que "o país sangra até a morte de tanta violência e insegurança".

O Equador vive hoje instabilidade política e grave crise relacionada ao narcotráfico e à violência, que cresceu no último ano. A taxa de homicídios saltou de 14 para 25 por 100 mil habitantes de 2021 para 2022, e cidades como Guayaquil têm sido palcos da onda de violência, com mortos em ataques armados.

Na cidade, a maior do país, em abril, um confronto entre gangues em um presídio matou 12 pessoas —os motins são constantes desde 2021. Em julho, 31 detentos morreram e 14 pessoas ficaram feridas em outro confronto em uma penitenciária de Guayaquil. Antes visto como pacífico, o Equador, localizado entre o Peru e a Colômbia, grandes produtores de cocaína do mundo, tem portos no oceano Pacífico que atraem organizações criminosas devido ao potencial de escoamento da produção de drogas.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.