Milhares de soldados entram em prisão no Equador em busca de suspeito de ameaçar Villavicencio

Forças de segurança fazem operação em penitenciária de Guayaquil dias depois do assassinato do candidato à Presidência

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Guayaquil | AFP

Numa demonstração de força do presidente do Equador, Guillermo Lasso, cerca de 4.000 soldados e policiais do entraram neste sábado (12) na prisão onde está detido Fito, como é conhecido o chefe da quadrilha mais poderosa do país, Los Choneros.

Forças Armadas do Equador em operação conjunta entre policiais e militares na Zona Penitenciária Nº 8 em Guayaquil para transferir líder de gangue acusada de ameaçar o candidato à Presidência assassinado Fernando Villavicencio - Forças Armadas do Equador - 12.ago.23/via AFP

O episódio se dá três dias depois do assassinato de Fernando Villavicencio, candidato à Presidência que acusou o criminoso de ameaçá-lo durante sua campanha.

As forças de segurança chegaram ao presídio em Guayaquil, no sudoeste do país, onde está o líder, José Adolfo Macías, ao amanhecer, uniformizados, fortemente armados e em veículos militares blindados.

Imagens compartilhadas por órgãos oficiais nas redes sociais mostram aquele que seria Macías, um homem gordo e barbudo. A Administração Penitenciária do Equador confirmou à agência de notícias AFP que tratava-se de Fito, condenado a 34 anos de prisão por crime organizado, tráfico de drogas e homicídio e encarcerado ali desde 2011.

Em uma das fotografias, ele aparece de frente com as mãos acima da cabeça. Em outras, está deitado, de cueca, no chão, seus braços amarrados, ao lado de dezenas de outros presos.

Adolfo Macías, líder do cartel equatoriano Los Choneros conhecido como Fito, é transferido para complexo de segurança máxima em presídio em que está detido em Guayaquil durante operação conjunta de policiais e militares no Equador após assassinato do candidato à Presidência Fernando Villavicencio - Forças Armadas do Equador - 12.ago.23/via AFP

Mais tarde, Lasso informou numa rede social que Fito foi transferido de uma ala para outra no mesmo complexo prisional onde está detido. Ele controlava pelo menos um bloco de celas da prisão de onde foi tirado.

O nome de Fito está na imprensa no Equador desde a quarta-feira (9), quando Villacencio foi morto a tiros durante um comício em Quito, a capital. O político de 59 anos havia denunciado há uma semana que o líder da quadrilha havia ameaçado matá-lo. Uma das advertências, segundo o presidenciável, chegou a ele por meio de um aliado na província costeira de Manabí, onde fica o povoado de Chone, onde a quadrilha nasceu.

Ex-jornalista e congressista, Villavicencio se tornou um estorvo para gangues e traficantes de drogas em razão de suas investigações.

As autoridades até agora não informaram se sabem quem foi o mandante do assassinado. Seis colombianos foram detidos no caso, enquanto um sétimo morreu em um tiroteio com os guardas pessoais do candidato no momento do atentado. O presidente, Guillermo Lasso, limitou-se a dizer que Villavicencio foi vítima do crime organizado.

As prisões se tornaram o centro das operações antidrogas no Equador. Desde 2021, mais de 430 presos morreram violentamente nos presídios, dezenas deles esquartejados e cremados em meio a disputas entre gangues rivais.

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