Descrição de chapéu América Latina

Funeral de candidato à Presidência assassinado no Equador reúne centenas

Fernando Villavicencio foi morto a tiros após comício cerca de dez dias antes antes de eleição, em crime que chocou país

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Quito (Equador) | AFP

O candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio, morto a tiros na quarta-feira (9), a cerca de dez dias antes das eleições, teve seu caixão velado por centenas de apoiadores antes de ser sepultado nesta sexta-feira (11) na capital, Quito.

Amigos, familiares e apoiadores do presidencial Fernando Villavicencio participam de homenagem póstuma no Centro de Exposições de Quito - Henry Romero/Reuters

O ataúde foi levado para o auditório de um centro de exposições após irmãos do candidato afirmarem que não tinham sido autorizados a participar de seu velório devido a diferenças familiares. O enterro de fato foi, no entanto, privado, ocorrendo na presença de poucas pessoas em um cemitério do norte da capital.

No local das homenagens, apoiadores de Villavicencio agitaram bandeiras do Equador, que enfrenta uma onda de violência ligada ao narcotráfico. Grandes faixas com o rosto do político foram colocadas nas paredes. "Meu poder na Constituição", dizia uma faixa presidencial simbólica posta sobre o caixão, coberto ainda com a bandeira nacional.

Um telão exibiu vídeos do candidato durante a campanha para as eleições, nas quais ele aparecia como segundo ou quinto colocado nas intenções de voto a depender das pesquisas de intenção de voto. "Anteontem alvejaram a democracia, mutilaram parte da luta contra a corrupção", disse o chefe de campanha de Villavicencio, Antonio López.

Policiais equipados com fuzis transportaram o caixão, que avançou em meio a um forte esquema de segurança.

"Lutarei até identificar os culpados e não deixarei isso impune", prometeu o jornalista Christian Zurita, com quem Villavicencio conduziu uma investigação que levou ao banco dos réus o ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), condenado a oito anos de prisão por corrupção —ele depois se autoexilou na Bélgica.

Villavicencio era membro da Assembleia Nacional, dissolvida pelo presidente equatoriano, Guillermo Lasso, em maio, para evitar um impeachment. A dissolução do Parlamento obrigou o líder a convocar as eleições antecipadas às quais o candidato concorria.

Tamia, 27, filha do presidenciável, lembrou a última conversa que teve com o pai, que a incentivou a estudar música. Fora do velório, ela cantou uma música em sua memória. "Ele nos ensinou a viver sem medo, que isso seja a nossa maior proteção na vida", disse.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.