Entenda como funcionam as eleições na Argentina

Além de Milei, Massa ou Bullrich, argentinos votam para eleger deputados, senadores, governadores e representantes no Mercosul

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São Paulo

Os argentinos que compareceram ao primeiro turno das eleições neste domingo (22) têm à frente a escolha do próximo presidente em meio a profundas incertezas no país, especialmente econômicas. Embora as atenções estejam voltadas para a corrida presidencial, a população também elege deputados, alguns senadores e governadores de províncias e até representantes do país no Mercosul.

Os locais de votação abriram às 8h e recebem eleitores até as 18h —o horário em Buenos Aires é o mesmo de Brasília. Mais de 35 milhões de argentinos estão aptos a votar, segundo a Direção Nacional Eleitoral do país, considerando a população nativa (16 anos ou mais) e a de naturalizados (18 anos ou mais). O voto é obrigatório para quem tem entre 18 e 70 anos.

homem deposita envelope de papel em urna
Argentinos vão às urnas neste domingo para escolher presidentes, deputados e senadores - Mariana Nedelcu - 22.out.2023/Reuters

Disputam a Presidência cinco candidatos, sendo o ultraliberal Javier Milei, a macrista Patricia Bullrich e o peronista e atual ministro da Economia, Sergio Massa, os principais nomes da disputa. Milei, por exemplo, venceu as primárias argentinas de 13 de agosto e é considerado o favorito no pleito. Chamadas de Paso, as votações prévias funcionam como termômetro da eleição e ajudam partidos a definir seus candidatos.

Completam a corrida Juan Schiaretti e Myriam Bregman. Para vencer no primeiro turno, é preciso receber mais de 45% dos votos válidos ou 40% desse contingente e uma distância de dez pontos percentuais em relação a quem estiver em segundo lugar ao fim da apuração.

Caso esse cenário não se confirme, o segundo turno acontece entre os dois candidatos mais votados em 19 de novembro.

Segundo a Direção Eleitoral Nacional da Argentina, foram habilitadas 104.577 seções eleitorais distribuídas ao longo do país. Os eleitores, após apresentarem seu documento nacional de identidade, recebem um envelope vazio e vão para a chamada sala escura, uma cabine.

Lá, o eleitor escolhe entre cédulas que mostram cada candidato ou que reúnem aqueles de um grupo político de sua escolha, as chamadas "boletas", e as insere no envelope. Em seguida, deposita o envelope na urna.

Os argentinos vão escolher, além de presidente, 24 senadores em oito províncias, 130 deputados nacionais e, para o Mercosul, 19 parlamentares do distrito nacional e 24 do distrito regional.

Ainda, eleitores de Buenos Aires, Cidade Autônoma de Buenos Aires, Catamarca, Entre Ríos e Santa Cruz também votam em pleitos locais.

A apuração tem duas etapas. A provisória começa neste domingo, assim que os presidentes de cada seção informam os resultados apurados ao Ministério do Interior por meio de um telegrama.

A correspondência vai até a Direção Nacional Eleitoral, que compila os resultados preliminares com a maioria das seções. Estes começam a ser conhecidos por meio das pesquisas de boca de urna, que são divulgadas antes dos resultados oficiais e fornecem uma visão de como foi a eleição, mas não têm validade oficial.

Essas pesquisas, feitas por veículos de comunicação, não podem ser divulgadas até as 21h, uma vez que a lei veta qualquer tipo de divulgação de dados em massa até três horas após um ato eleitoral.

O resultado definitivo só começa a ser apurado 48 horas depois do fim da votação. Esse processo é feito a partir das atas de cada seção. Os candidatos têm o direito de designar fiscais para acompanhar a apuração. Embora não tenha apresentado diferenças significativas na contagem ao longo dos anos, essa etapa formal serve para corrigir erros em documentos e a contagem de votos de pessoas privadas de liberdade e das que vivem no exterior.

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