Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Repatriado de Gaza apaga publicação em que sugere queimar ônibus em Israel

OUTRO LADO: Hasan Rabee parou de atender ligações da Folha; ao JN, disse que postagem de 2015 pode ter sido feita em momento de raiva

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Boa Vista

Hasan Rabee, repatriado palestino-brasileiro que estava na Faixa de Gaza, apagou de seu perfil no Instagram uma publicação, feita em 2015, na qual sugere que estaria "no momento certo de explodir ônibus em Israel" junto de uma foto de um ônibus queimado.

A Folha tentou contato com Rabee. Ele atendeu à primeira ligação e pediu que a reportagem retornasse depois, mas não atendeu às tentativas subsequentes.

Hasan Rabee no avião da Força Aérea Brasileira que trouxe brasileiros e familiares da Faixa de Gaza para o Brasil
Hasan Rabee no avião da Força Aérea Brasileira que trouxe brasileiros e familiares da Faixa de Gaza para o Brasil - Reprodução/Instagram

Ao Jornal Nacional, da TV Globo, ele afirmou que não se lembra da publicação e que pode ter postado "com raiva". "Não sou a favor de violência nenhuma, sou a favor de conversa, sempre. Pode ser que eu tenha postado com raiva, mas, em 2015, não me lembro de nada", disse à emissora.

Em outras postagens, Rabee, 30, publicou charge que retrata líderes de Israel e Egito se cumprimentando, com legenda em que chama os dois países de "filhos da puta", e uma montagem de Binyamin Netanyahu, premiê israelense, vestido com uniforme nazista, na qual ele é chamado de "Adolf Netanyahu".

Rabee é um dos repatriados que chegaram a Brasília na segunda-feira (13) e que devem pegar novo voo para Guarulhos nesta quinta (15). Ele vive na capital paulista desde 2014 e pretende reencontrar a família de sua esposa, depois da saga que se tornou a tentativa de voltar ao Brasil.

"[Quero retomar] minha vida normal. O trabalho, dia a dia, sábado e domingo para passar com as crianças. Na verdade, as crianças querem muito ir para o shopping, temos que fazer essa tarefa quando chegar. Eles sempre vão nos brinquedos do shopping", disse Rabee.

Ele nasceu em Gaza e tem cidadania brasileira. Em Brasília, afirmou que chegou a passar fome e sede na área em conflito. O repatriado havia viajado para o casamento da irmã e ficou preso no país após o início do conflito, em 7 de outubro, quando o Hamas atacou Israel e deixou 1.200 mortos, muitos deles civis.

Recebido, junto com os outros repatriados, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros do governo federal e comandantes das Forças Armadas na pista da Base Aérea de Brasília, Rabee falou à imprensa ao lado de Lula, agradeceu ao Brasil e chamou de massacre o cenário em Gaza.

"O que está acontecendo lá é um massacre. Difícil para todos vocês entenderem o que a gente passou lá. As bombas caindo por todo lado, as minhas filhas ficaram muito chocadas lá, muito triste", disse.

"Ficamos lá 37 dias. Foi muito sofrimento. Às vezes, a gente até passava fome, passava sede. Queria agradecer à embaixada do Brasil, que nos deu bastante suporte, alimentação, recursos para a gente comprar comida", afirmou.

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