Avião com 32 repatriados da Faixa de Gaza pousa em Brasília

Voo da FAB chega à capital depois de partir do Egito com grupo de brasileiros e palestinos que deixaram zona de guerra

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Brasília

O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) usado para repatriar 32 brasileiros e palestinos que estavam na Faixa de Gaza pousou em Brasília às 23h24 da noite desta segunda-feira (13), pondo fim a uma saga que moveu esforços da diplomacia brasileira e que encontrou ampla repercussão nas redes sociais.

Agora, os repatriados ficarão dois dias em Brasília, no hotel de trânsito de oficiais da FAB, para resolver questões burocráticas e receberem tratamento psicológico e de saúde. Depois, 24 vão pra São Paulo, sendo que 12 serão encaminhados para casas de parentes e outros 12 para um abrigo. Além disso, uma seguirá para Novo Hamburgo (RS), uma para Cuiabá, duas para Florianópolis e quatro permanecerão em Brasília.

Repatriados da Faixa de Gaza desembarcam em Brasília e são recebidos pelo presidente Lula (PT)
Repatriados da Faixa de Gaza desembarcam em Brasília e são recebidos pelo presidente Lula (PT) - Pedro Ladeira/Folhapress

Assim que o avião pousou, duas crianças em estado de desnutrição foram encaminhadas de ambulância diretamente para o hospital da FAB.

A aeronave decolou do aeroporto internacional do Cairo, no Egito, rumo ao Brasil, às 6h52, no horário de Brasília, e fez três escalas para reabastecimento em Roma (Itália), Las Palmas (Espanha) e na base aérea do Recife.

Segundo a FAB, a aeronave VC-2 (Embraer 190) decolou da Base Aérea do Recife às 21h07 para o destino final da missão, na capital federal.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a primeira-dama, Janja, ministros como Mauro Vieira (Relações Exteriores), Flávio Dino (Justiça), Nísia Trindade (Saúde) e Silvio Almeida (Direitos Humanos) e os três comandantes das Forças Armadas receberam os repatriados na pista com abraços e cumprimentos.

Dois dias depois de terem sido autorizados a deixar o território palestino rumo ao Egito, os inscritos para repatriação pelo Itamaraty conseguiram no domingo (12) pegar o voo rumo ao Brasil. Na lista original havia 34 nomes, mas duas pessoas, mãe e filha brasileiras, decidiram permanecer em Gaza por motivos pessoais.

O grupo ficou retido durante dois dias porque a fronteira havia sido fechada na sexta-feira (10). No sábado (11), a passagem de Rafah, único ponto não controlado por Israel em que civis podem entrar e sair do território palestino, seguiu fechada.

O grupo foi levado para o Cairo, capital do Egito, em cinco vans em um percurso que dura em torno de seis horas. Os repatriados são 22 brasileiros, 7 palestinos que têm RNM (Registro Nacional Migratório) e 3 palestinos que são familiares próximos dos demais integrantes. Desses, 17 são crianças, 9 são mulheres e 6 são homens.

Com ele, a cifra total de cidadãos repatriados pelo Brasil desde o início da guerra Israel-Hamas sobe a 1.477, sendo 1.462 deles brasileiros, além de 53 animais domésticos.

Trata-se da maior operação de retirada de civis de zonas de guerra operada pela Força Aérea Brasileira em sua história —mas o drama dos futuros refugiados de Gaza foi mais estático, arrastando-se por quase todo o conflito até aqui.

O Egito havia dado a autorização para a saída —que é coordenada com Tel Aviv sob consulta dos EUA e do Qatar, mediadores do acordo de passagem de estrangeiros—, na sexta. O grupo foi incluído numa leva de quase 600 pessoas autorizadas.

Mas incidentes envolvendo ambulâncias levando feridos graves palestinos, que tem prioridade para a passagem para o Egito, fecharam novamente o posto de Rafah. Na sexta, houve a suspeita de que motoristas de veículos eram terroristas do Hamas tentando deixar Gaza, além de relatos de combates intensos que impediram a saída de pacientes da capital homônima da faixa.

No sábado, o isolamento do principal hospital da capital homônima da faixa, o al-Shifa, impediu que qualquer veículo chegasse a Rafah.

Erramos: o texto foi alterado

 A cidade de ​Las Palmas, na Espanha, foi localizada incorretamente no infográfico deste texto. O mapa já foi corrigido.

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