Ativistas climáticos tingem canal de Veneza de verde em protesto contra COP28

Grupo Extinction Rebellion critica o que considera falta de avanços em encontro de líderes em Dubai

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Veneza | Reuters

Ambientalistas italianos usaram corante para tingir o Grande Canal de Veneza de verde neste sábado (9), em protesto contra o que consideraram falta de progresso na COP28, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas que acontece em Dubai até a próxima terça (12).

Pendurados na Ponte Rialto sobre o canal, com a ajuda de cordas de escalada, os ativistas do grupo Extinction Rebellion também exibiram uma faixa em que se lia: "COP28: Enquanto o governo fala, estamos pendurados por um fio".

Águas de Veneza, na Itália, ficam verdes após protesto de ativistas climáticos - Manuel Silvestri - 9.dez.2023/Reuters

Pequenos trechos de rios e canais de outras cidades italianas também foram tingidos de verde em protestos semelhantes. "Em poucas horas, essas águas voltarão ao que eram antes", afirmou o grupo em um comunicado. "Enquanto isso, contamos os danos e as vítimas das inundações e incêndios constantes."

De acordo com os manifestantes, o efeito visual foi criado por um corante usado por empresas para rastrear itens na água. O tráfego de barcos foi interrompido durante o protesto, e a água do canal e as colunas tiveram que ser verificadas por motivos de segurança, de acordo com o prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro.

O político criticou a ação dos ativistas, que ele chamou de "ecovândalos", e pediu às autoridades italianas que os punissem. "Veneza é uma cidade frágil, que deve ser amada e respeitada! Já chega", afirmou.

Brugnaro emprestou a alcunha dada aos manifestantes de figuras como o atual ministro da Cultura italiano, Gennaro Sangiuliano. O chefe da pasta empreende uma cruzada contra protestos de ambientalistas que tem como alvo monumentos e obras de arte —atos que têm se tornado mais comuns nos últimos anos.

Em abril, o governo da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni,anunciou um projeto de lei que prevê multas mais rigorosas, entre € 10 mil e € 60 mil (R$ 53 mil e R$ 317 mil), para quem destrói, mancha ou desfigura, total ou parcialmente, bens culturais e paisagísticos.

As medidas se juntaram a sanções já presentes no código penal para esse tipo de crime, que hoje chegam a cinco anos de prisão e multa de € 15 mil (R$ 79 mil). "Quem danifica nosso patrimônio artístico não pode e não deve se safar", disse, na ocasião, a ultradireitista nas redes sociais.

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