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Ex-advogado de Trump pede falência após multa por falsa denúncia de fraude na eleição de 2020

Juiz determinou que Rudy Giuliani deve pagar indenização de US$ 148 milhões a duas ex-funcionárias eleitorais da Geórgia

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Nova York | Reuters

Ex-advogado de Donald Trump, Rudy Giuliani pediu falência nesta quinta-feira (21), poucos dias depois de ter sido condenado a pagar US$ 148 milhões (R$ 730 milhões) a duas ex-funcionárias eleitorais da Geórgia. O também ex-prefeito de Nova York acusou ambas, sem provas, de terem "ajudado a fraudar" o resultado do pleito de 2020, que elegeu o democrata Joe Biden.

Na semana passada, um tribunal federal em Washington determinou que Giuliani deve pagar US$ 73 milhões (R$ 360,5 milhões) a Wandrea Moss e a sua mãe, Ruby Freeman, para compensá-las pelos danos emocionais e de reputação que elas sofreram com as acusações falsas. Ele ainda deve pagar outros US$ 75 milhões (R$ 370 milhões) ao governo em multas por sua conduta.

Rudy Giuliani deixa tribunal após ser condenado a pagar indenização milionária - Bonnie Cash - 15.dez.23/ Reuters

Na quarta-feira (20), um juiz federal determinou que Giuliani deve começar imediatamente a pagar as duas mulheres, concluindo que havia o risco de ele tentar esconder seus bens.

Em um processo apresentado ao Tribunal de Falências dos EUA em Nova York, Giuliani disse que tinha entre US$ 100 milhões e US$ 500 milhões em passivos e US$ 1 milhão a US$ 10 milhões em ativos.

Além das ex-funcionárias eleitorais, Giuliani também listou o filho do presidente Joe Biden, Hunter Biden, e a Smartmatic USA, uma empresa de tecnologia de votação, como credores.

Hunter processou Giuliani em setembro por violar sua privacidade sobre dados supostamente retirados de seu laptop. A Smartmatic entrou com uma ação contra o ex-prefeito de Nova York e outros aliados de Trump por alegarem que as máquinas de votação da empresa mudaram os votos do republicano para o democrata Biden.

Giuliani, que ficou conhecido como "prefeito da América" por sua liderança em Nova York após os atentados de 11 de setembro de 2001, enfrenta uma série de dívidas decorrentes de seu trabalho em nome de Trump.

Ele liderou uma frente para reverter a derrota eleitoral do republicano em 2020 por meio de ações judiciais malsucedidas e um amplo esforço para produzir listas eleitorais falsas em estados decisivos para o resultado.

Giuliani também disse que deve quase US$ 1 milhão aos governos dos Estados Unidos e do estado de Nova York e quase US$ 2 milhões em honorários advocatícios.

Joseph Sibley, advogado de Giuliani, admitiu que seu cliente causou danos às ex-funcionárias, mas acrescentou que a indenização solicitada seria "catastrófica". Ele disse ao júri que Giuliani era um "bom homem".

O ex-advogado se declarou inocente de acusações criminais de subversão eleitoral na Geórgia, junto com o ex-presidente e mais de uma dúzia de outros réus.

Amigo e um dos principais representantes da base mais conservadora de Trump, Giuliani atuou como arquiteto das versões ecoadas pelo ex-presidente, mesmo que controversas ou completamente falsas.

Ele atuou como interlocutor de Trump em conversas com líderes estrangeiros —inclusive com Jair Bolsonaro, durante visita do então presidente brasileiro a Nova York, em 2019.

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