Descrição de chapéu BBC News Brasil casamento

Por que casamentos coletivos se tornaram comuns no Afeganistão

Cerimônia em massa é alternativa para casais de baixa renda, que procuram evitar alto custo do modelo tradicional

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Thomas Mackintosh
BBC News Brasil

A celebração de casamentos em massa se tornou mais comum no Afeganistão, à medida que casais de baixa renda procuram evitar os altos custos de um casamento tradicional.

Em uma celebração recente, com 50 casais, as noivas foram mantidas fora de vista, em uma ala separada —só depois do almoço elas apareceram, segundo a imprensa local.

Cerimônias compartilhadas se tornaram uma prática crescente para reduzir custo dos casamentos tradicionais - Getty Images

O evento, em Cabul, foi organizado por uma instituição de caridade que também forneceu aos recém-casados itens como tapete e eletrodomésticos para iniciarem a vida de casados.

Um funcionário do Ministério para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício discursou nas cerimônias discretas.

Citações do Alcorão foram lidas, mas dança e música continuam efetivamente proibidas por autoridades do Talibã desde que tomaram o poder em agosto de 2021.

Os noivos foram então levados em carros decorados com fitas verdes e rosas vermelhas de plástico em forma de coração.

Roohullah Rezayi, de 18 anos, explicou à agência de notícias AFP que não poderia pagar um casamento sozinho.

"Um casamento tradicional teria nos custado pelo menos 200 mil a 250 mil afegãos (R$ 14 mil a R$ 17,5 mil), mas assim custará entre 10.000 e 15.000 afegãos (R$ 700 a R$1.050)", disse ele.

O jovem, membro da minoria muçulmana xiita Hazara e da província de Ghor, recebe apenas 350 afegãos por dia (R$ 25) fazendo trabalhos temporários, segundo a AFP.

"Convidamos 35 pessoas das nossas duas famílias. De outra forma, seriam 300 a 400", acrescentou.

Para alguns dos futuros noivos, a espera foi longa, diz AFP.

"Há três anos que espero por este dia", disse Samiullah Zamani, de 23 anos, agricultor da província de Cabul. "Mal posso esperar para vê-la."

Esse texto foi originalmente publicado aqui.

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