Chanceler de Israel rebate argumento de Lula de que não falou em Holocausto

Crítico frequente do presidente, Israel Katz diz que o brasileiro deveria se envergonhar e pedir perdão por suas falas

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São Paulo

Autor de críticas reiteradas contra o presidente Lula (PT), o chanceler de Israel voltou a falar sobre o brasileiro nesta quarta-feira (28), desta vez para contrariar o argumento de que ele não empregou a palavra "Holocausto" ao comparar as ações militares de Tel Aviv na Faixa de Gaza Gaza às de Adolf Hitler contra os judeus.

No X, Israel Katz publicou uma imagem, aparentemente feita com ferramentas de inteligência artificial, de Lula segurando uma placa escrito, em inglês, "eu não disse Holocausto". Ao fundo, vê-se o que parece ser um protesto em que os manifestantes portam bandeiras do Brasil e de Israel.

"Lula, você disse que a guerra justa de Israel contra o Hamas em Gaza é igual ao que Hitler e os nazistas fizeram com os judeus e ofendeu a memória de 6 milhões de judeus assassinados no Holocausto. Não vamos esquecer nem perdoar", escreveu Katz na publicação em português. "Envergonhe-se e peça desculpas!"

Ainda nesta semana, Katz já havia celebrado a presença de bandeiras de seu país na manifestação em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que ocorreu na avenida Paulista, em São Paulo, no domingo (25). "Muito obrigado ao povo brasileiro por apoiar Israel. Nem mesmo Lula conseguirá conseguirá nos separar", escreveu na ocasião.

Membro do Likud, partido tradicional da direita israelense ao qual também pertence o premiê Binyamin Netanyahu, Katz tem feito publicações quase diárias em seus perfis oficiais para criticar Lula.

As constantes indiretas tiveram início após o presidente brasileiro, durante viagem à Etiópia, voltar a dizer que as operações militares de Israel em Gaza configuram um genocídio e acrescentar que se assemelham às ações de Adolf Hitler contra os judeus durante o Holocausto nazista.

Já nesta terça (27), em entrevista à Rede TV, o presidente alegou não ter dito exatamente o termo Holocausto. "Holocausto foi interpretação do primeiro-ministro de Israel. Não foi minha", afirmou. À época da declaração inicial, Netanyahu disse que Lula havia cruzado uma linha vermelha.

Todo o imbróglio diplomático teve como seu ápice a declaração de Lula como uma "persona non grata" pelo estado de Israel, algo pouco comum para chefes de Estado ou de governo —na prática, um rótulo que cria uma série de embaraços diplomáticos, embora nenhuma sanção política ou jurídica.

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