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Turista brasileira sofre estupro coletivo na Índia; 4 suspeitos são presos

'Não pensem que a Índia é assim', dizem Fernanda Santos e o marido, Vicente Barbera, em vídeo publicado após a agressão

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São Paulo

Fernanda Santos, que tem dupla nacionalidade brasileira e espanhola, foi vítima de um estupro coletivo na Índia na noite da última sexta-feira (1º), de acordo com informações da polícia local. O incidente ocorreu em Dumka, no estado de Jharkand, no nordeste, próximo à fronteira com Bangladesh.

Segundo a imprensa indiana, o crime foi cometido por entre oito e dez homens. O jornal The Times of India relata que o casal teria caminhado após o episódio em busca de agentes de segurança até encontrar uma van da polícia local e ser encaminhado a um hospital da região.

Trecho de vídeo publicado por Vicente Barbera e Fernanda Santos nas redes sociais depois de os dois serem atacados na Índia - @vueltamundoenmoto/Instagram/Reprodução

Procurada na manhã deste domingo (3), a embaixada do Brasil em Nova Déli informou em nota que Santos e o marido, o cidadão espanhol Vicente Barbera, sofreram "um grave ataque criminoso" enquanto visitavam o país a turismo.

O setor consular não fornece detalhes sobre a agressão em respeito à privacidade das vítimas, mas informa que o casal recebeu atendimento médico, denunciou o crime às autoridades e identificou sete suspeitos.

Sabia-se da prisão de três deles. Neste domingo, porém, o diretor-geral da polícia de Jhakhand, Ajay Kumar Sing, disse ao jornal The Indian Express que quatro já haviam sido detidos. "E os três restantes serão presos em breve", completou.

Por volta de meio-dia deste domingo, o casal publicou um vídeo no Instagram agradecendo ao apoio que tem recebido e afirmando que a polícia está fazendo "todo o possível", já tendo em mãos nomes e demais dados de todos os suspeitos.

"Não pensem que a Índia é assim", diz Barbera. "É um grande país, e vale a pena visitar, com suas coisas boas e suas coisas ruins."

Santos, nitidamente abalada, endossa: "Os indianos são boa gente. Nos deparamos com 'indesejáveis' que esperamos que morram na cadeia, mas a polícia está fazendo tudo o que pode."

Inicialmente, o casal gravou vídeos descrevendo o ataque e os publicou nas redes sociais. Mas as imagens foram posteriormente apagadas por recomendação dos policiais, segundo as próprias vítimas relataram em uma outra postagem temporária. Esta tampouco está disponível.

Eles contavam, segundo o jornal espanhol El País, terem sido atacados após montarem uma barraca para se abrigar. Barbera também afirmou que os criminosos colocaram uma faca em seu pescoço para ameaçá-lo.

Nos vídeos divulgados, ambos apresentam feridas no rosto. "O que aconteceu conosco, nós não desejamos a ninguém", disse Santos.

A embaixada brasileira em Déli diz estar em contato com Santos e com as autoridades locais indianas e em coordenação com a embaixada da Espanha, que teria informado que ofertou ao casal toda a assistência consular disponível.

A Folha contatou a embaixada espanhola, que orientou que as informações fossem obtidas junto ao Escritório de Informações Diplomáticas de sua chancelaria, mas não houve resposta até a publicação deste texto.

No X, a representação do país europeu compartilhou uma mensagem relacionada ao caso, na qual agradece o apoio recebido. "Precisamos seguir unidos no nosso compromisso de eliminar a violência contra a mulher em todo o mundo", diz a breve publicação.

Santos e Barbera estão há cerca de cinco anos viajando pelo mundo com suas motocicletas. Eles registram suas jornadas nas redes sociais e afirmam que, desde o começo de sua jornada, visitaram 66 países, tendo percorrido 17.000 km. O casal atualmente rodava a Ásia, e esteve no Paquistão e no Sri Lanka antes de ser atacado na Índia.

O país é, aliás, considerado um dos mais violentos para mulheres do mundo. Pesquisa conduzida em 2018 pela Fundação Thomson Reuters com 550 especialistas globais em questões de gênero apontou a nação asiática como a mais perigosa para violência sexual e trabalho sexual forçado, à frente de Afeganistão e Síria, que vinham, respectivamente, em segundo e em terceiro lugar.

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