Descrição de chapéu Venezuela

Maduro diz que receberá de volta escritório da ONU expulso em fevereiro

Alto Comissariado de Direitos Humanos havia sido acusado de trabalhar para 'terroristas' após criticar prisão de ativista

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Caracas | AFP

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça-feira (23) o retorno ao país do escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, expulso em fevereiro após expressar preocupação com a prisão da ativista humanitária Rocío San Miguel.

Maduro fez o anúncio ao lado do procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, que está investigando a Venezuela por possíveis crimes contra a humanidade, e celebrou a reabertura da delegação.

Nicolás Maduro cumprimenta o procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, em Caracas
Nicolás Maduro cumprimenta o procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, em Caracas - Jhonn Zerpa - 22.abr.24/Presidência da Venezuela/AFP

"Recebi a proposta de convidar novamente a abertura do escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos em nosso país. Estou de acordo que superemos as diferenças, o conflito que tivemos", disse Maduro em um evento ao lado de Khan no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas.

"Estou preparado para receber o enviado Volker Türk", acrescentou, em referência ao representante da organização de direitos humanos da ONU.

Khan, que abriu um escritório da promotoria do TPI em Caracas nesta terça, agradeceu a Maduro por ele ter expressado compromisso com os pedidos para permitir que o escritório do Alto Comissariado da ONU retorne à Venezuela. "Acredito que é algo muito positivo e que deve ser parabenizado, algo que deve ser enfatizado em sua importância".

O alto comissariado havia expressado "profunda preocupação" com a detenção em fevereiro de Rocío San Miguel, uma especialista em assuntos militares acusada de terrorismo por seus supostos vínculos com um plano para assassinar Maduro.

O regime condenou a reação, acusou o escritório de "se tornar o escritório particular do grupo de golpistas e terroristas" à época, e expulsou os funcionários do órgão do país.

O escritório havia estabelecido seu gabinete na Venezuela em 2019, quando a ex-presidente chilena Michelle Bachelet ocupava o posto máximo no órgão. Antes de deixar o cargo, ela disse ter notado progressos nos direitos humanos na Venezuela, mas afirmou que ainda havia muito a fazer.

Türk, seu sucessor, visitou a Venezuela em janeiro de 2023, quando foi acordado que o escritório continuaria funcionando por mais dois anos. Durante a sua estadia, incentivou as autoridades a libertar todos os detidos arbitrariamente e insistiu na tomada de medidas para acabar com a tortura.

O comissário reuniu-se na ocasião com vários setores da sociedade civil, assim como com autoridades governamentais, e abordou queixas sobre as execuções extrajudiciais. Ele observou que havia restrições de acesso a alguns centros de detenção no país.

A principal função do gabinete era a de apoiar a implementação eficaz das recomendações emitidas nos relatórios que o alto comissariado apresenta ao Conselho de Direitos Humanos. Desde 2019, houve pelo menos seis documentos sobre a situação na Venezuela.

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