Descrição de chapéu França

Protestos continuam na Nova Caledônia apesar de reforço policial da França

Protestos pró-independência no arquipélago do oceano Pacífico começaram no dia 14; estopim foi mudança na lei eleitoral

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O governo da França informou nesta segunda-feira (20) que mil policiais do país chegaram no território francês da Nova Caledônia, no oceano Pacífico, para tentar conter os protestos pró-independência que se espalham pelo arquipélago desde o último dia 14.

As ruas das principais cidades estavam calmas nesta segunda, mas uma série de estradas importantes continua bloqueada, e o aeroporto segue interditado, de acordo com o alto comissário francês para o território.

Veículo queimado é visto nas ruas de Noumea, no território francês da Nova Caledônia, depois de manifestações pró-independência - Theo Rouby - 20.mai.24/AFP

Seis pessoas já morreram desde que os protestos começaram, e as barricadas começam a restringir o acesso a comida e medicamentos. O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, disse que a situação no território, que está a 1.500 quilômetros a leste de seu país, é muito preocupante.

A Célula Coordenada de Ação em Campo, o grupo ativista que organiza as manifestações, disse que vai continuar a fechar as vias, mas que não apoia a violência. Partidos políticos pró-independência disseram que estão abertos a negociar assim que o governo francês engavetar a nova lei de reforma eleitoral que serviu de estopim para a crise. Já Paris afirma que restabelecer a ordem é uma condição para o diálogo.

O texto em questão foi aprovado pela Assembleia Nacional da França no último dia 13. A emenda constitucional ainda precisa passar por uma sessão conjunta do Parlamento, mas ativistas pró-independência da etnia indígena Kanak dizem que a medida vai enfraquecer seus direitos políticos.

Isso porque a emenda vai acabar com o congelamento do eleitorado estipulado por um acordo de 1998, que foi assinado entre o governo francês e movimentos armados pró-independência para encerrar os conflitos da época.

O acordo dizia que o eleitorado não mudaria para refletir mudanças populacionais, excluindo das eleições locais pessoas que chegaram ao arquipélago depois de 1998, que hoje representam 20% da população.

Com o fim do congelamento, há uma estimativa de que 25 mil pessoas vão passar a ter direito a voto —a maior parte delas, vindas da França metropolitana. Isso poderia alterar radicalmente a composição do governo local, que é liderado por partidos Kanak pró-independência. Toda a população já pode votar igualmente para presidente da França, Parlamento e Parlamento da União Europeia.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.