O general boliviano Juan José Zúñiga, que liderou a tentativa de golpe de Estado contra o governo do presidente Luis Arce em La Paz na quarta-feira (26), foi oficialmente indiciado pelo Ministério Público do país pelos crimes de terrorismo e levante armado contra o Estado nesta sexta-feira (28)
O militar foi preso horas depois de tentar derrubar o governo de Arce ao ocupar a praça Murillo, onde fica o palácio presidencial da Bolívia, com blindados e tropas fortemente armadas.
Ele disse que estava lá para "expressar seu descontentamento" e exigiu a troca de ministros e a libertação de "presos políticos", incluindo a ex-presidente Jeanine Áñez, condenada a dez anos de prisão em junho de 2022 por ter organizado um golpe de Estado contra Evo em 2019.
O presidente demitiu os três chefes das Forças Armadas, nomeou seus substitutos e ordenou que as tropas se retirassem. Depois de horas de tensão, a praça foi desocupada, e Zúñiga foi preso em seguida.
A Justiça boliviana decretou a prisão preventiva de seis meses do general nesta sexta. Ele ficará detido na prisão de Chonchocoro junto com o ex-comandante da Marinha, Juan Arnez, e o ex-chefe da Divisão Mecanizada do Exército, Edison Irahola, considerados cúmplices de Zúñiga no golpe.
Ao ser preso na quarta, o general disse que agiu a mando do próprio Arce, no que teria sido uma farsa para aumentar a popularidade do presidente. Ministros do governo dizem que Zúñiga mente.
O general foi removido do comando do Exército boliviano na terça-feira (25), um dia depois de dar uma entrevista na qual ameaçou o ex-presidente Evo Morales, dizendo que não permitiria que o sindicalista concorresse novamente —Evo aventa a possibilidade de tentar voltar à Presidência nas eleições de 2025, embora esteja barrado pela Justiça de concorrer.
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