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Milhares protestam na França contra avanço da ultradireita no Parlamento Europeu

Partido de Marine Le Pen é alvo de críticas nos protestos que antecedem eleições legislativas antecipadas

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Recife

Milhares de pessoas protestaram contra o avanço da ultradireita na França neste sábado (15), em Paris e em outras cidades.

Os manifestantes proferiram críticas ao partido Reunião Nacional (RN) que, liderado pela radical Marine Le Pen, avançou nas eleições para o Parlamento Europeu.

O presidente Emannuel Macron convocou eleições legislativas antecipadas, a serem realizadas em dois turnos, em 30 de junho e 7 de julho, depois que sua aliança de centro foi derrotada pelo RN na votação para o Parlamento Europeu do último domingo (9).

Manifestantes fazem ato em Paris contra avanço da ultradireita no país e no Parlamento Europeu
Manifestantes fazem ato em Paris contra avanço da ultradireita no país e no Parlamento Europeu - Sameer Al-Doumy/AFP

Em Paris, a marcha começou às 9h (horário de Brasília) na Praça da República, no leste da cidade. Os manifestantes seguiram por ruas da capital francesa até o centro de Paris. A polícia disse que 75 mil pessoas compareceram, e sete pessoas foram presas —no país inteiro, o número de manifestantes teria totalizado 217 mil.

Já o sindicato CGT informou a uma TV local que 250 mil marcharam em Paris e 640 mil em todo o país.

Pelo menos 150 atos semelhantes ao de Paris ocorreram em cidades como Marselha, Toulouse, Lyon e Lille.

"Estamos marchando porque estamos extremamente preocupados que Jordan Bardella [integrante do RN] possa se tornar o próximo primeiro-ministro. Queremos evitar este desastre", disse a líder sindical de esquerda da CGT, Sophie Binet.

Pesquisas de opinião mostram que a ultradireita pode vencer as eleições e tem condições de formar o próximo governo.

Um levantamento do instituto OpinionWay-Vae Solis publicado no sábado mostra que o RN lidera no primeiro turno das eleições parlamentares com 33% dos votos, à frente da Frente Popular, de esquerda, com 25%. Já o grupo de Macron, Renaissance, estava em 20%.

Ao menos duas pesquisas colocaram a esquerda em segundo lugar, à frente da coalizão de Macron.

A Assembleia Nacional tem 577 cadeiras, cada uma representando um distrito eleitoral. Ganha o distrito o candidato que obtiver ao menos 50% dos votos, desde que haja participação de ao menos 25% do eleitorado registrado. Caso isso não ocorra em alguma das circunscrições, o que é bastante comum, os postulantes que obtiverem ao menos 12,5% dos votos vão para o segundo turno.

As datas coincidem com o início das férias escolares do verão europeu, e a segunda rodada de votação acontecerá cerca de 20 dias antes do início das Olimpíadas de Paris.

O enfraquecimento de Macron, cujo mandato vai até 2027, é um sinal negativo para a União Europeia, já que ele é um dos principais líderes hoje em defesa de maior integração, e para a aliança de países ocidentais que apoiam a Ucrânia.

Com Reuters

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