Descrição de chapéu União Europeia

Primeira pesquisa dá vitória à ultradireita no Legislativo da França, mas sem maioria

Partido Reunião Nacional busca alianças para campanha após atropelar governo e esquerda em pleito europeu

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Paris | Reuters

O partido ultradireitista Reunião Nacional (RN) deve vencer a eleição para a Assembleia Nacional da França após a dissolução da Casa pelo presidente Emmanuel Macron no domingo (9), segundo a primeira pesquisa de intenção de votos para o pleito. O primeiro turno está previsto para o dia 30 de junho.

O partido anti-imigração e eurocético de Marine Le Pen ganharia de 235 a 265 cadeiras no Legislativo, um salto em relação às atuais 88, mas ainda abaixo dos 289 necessários para uma maioria absoluta, de acordo com a pesquisa da Harris Interactive-Toluna.

O presidente do partido francês de ultradireita Reunião Nacional em frente à sede da legenda
O presidente do partido francês de ultradireita Reunião Nacional em frente à sede da legenda - Stephanie Lecocq - 10.jun.2024/Reuters

A aliança centrista de Macron veria seu número de parlamentares reduzir pela metade, de 250 para 125-155, segundo a pesquisa. Os partidos de esquerda, que anunciaram unificação de candidaturas nesta segunda (10), poderiam controlar de 115 a 145 assentos.

Não há certeza de que o RN conseguiria governar, com ou sem uma aliança com outras siglas. Há entre os cenários possíveis uma ampla coalizão de partidos tradicionais ou ainda um Parlamento completamente dividido.

A decisão surpresa de Macron de dissolver a Assembleia Nacional dá à cada vez mais popular ultradireita uma chance real de conquistar o poder. O RN obteve 31,4% dos votos de eleitores registrados para o pleito do Parlamento Europeu, enquanto a coalizão do partido Renascimento, de Macron, teve 14,6%. Pouco mais de 50% dos eleitores registrados compareceram às urnas.

Mesmo que o RN consiga uma maioria no Parlamento francês, Macron ainda tem mais três anos de mandato e continuaria encarregado da defesa e da política externa do país.

Mas ele perderia o controle sobre a agenda doméstica, incluindo política econômica, segurança, imigração e finanças —o que por sua vez impactaria outras políticas, como a ajuda à Ucrânia, já que ele precisaria do apoio do Legislativo para financiar qualquer apoio ao país do Leste Europeu.

"Ainda estamos chocados", disse Emmanuel Pellerin, um parlamentar da coalizão de Macron, à Reuters. "Tudo indica que o RN ganhará uma maioria relativa ou absoluta. Mas isso força os franceses a pensarem no que está em jogo."

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