Descrição de chapéu Taiwan China Ásia

Taiwan 'não cederá à pressão' da China, e somente força militar pode manter a paz, diz presidente

Em discurso de balanço do primeiro mês no cargo, Lai Ching-te afirma que população continuará a defender soberania nacional; Pequim o considera pró-separatismo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Taipé | AFP e Reuters

Apenas a força militar pode manter a paz com a China, e o povo taiwanês não cederá à coerção de Pequim, disse o presidente de Taiwan, Lai Ching-te, nesta quarta-feira (19), enquanto os Estados Unidos concordaram com um pacote de armas acelerado ao país.

"Além da força militar, [a China] tem empregado métodos cada vez mais não tradicionais de coerção para tentar subjugar Taiwan", declarou Lai durante entrevista coletiva para fazer um balanço do seu primeiro mês no cargo.

"No entanto, Taiwan não cederá à pressão. O povo de Taiwan defenderá decididamente sua soberania nacional e manterá seu modo de vida democrático e livre", declarou.

Um homem de terno e gravata fala em um púlpito com o emblema de uma águia dourada, diante de um fundo com uma fotografia de pessoas aplaudindo. A expressão do homem é séria e concentrada, sugerindo a importância do momento.
O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, fala durante entrevista coletiva no gabinete presidencial, na capital Taipé - Gabinete Presidencial de Taiwan - 19.jun.24/Handout/AFP

A China realizou exercícios militares e simulou um cerco à ilha após Lai assumir o cargo no mês passado, dizendo se tratar de uma punição por seu discurso de posse, visto por Pequim como pró-separatista. Para Pequim, a China continental e Taiwan são duas partes de uma só China.

Lai disse que o povo de Taiwan "ama a paz". "Mas a paz deve depender da força, ou seja, evitar a guerra se preparando para a guerra para alcançar a paz. Promessas vazias não são verdadeira paz", afirmou.

Segundo o presidente, Pequim usa de meios coercitivos, como impedir a participação de Taiwan em organismos e eventos internacionais, proibir ou taxar pesadamente certas exportações para a China e empregar táticas de "zona cinzenta", como lançar balões sobre a ilha.

Pouco antes de Lai falar com os repórteres no escritório presidencial em Taipé, a Agência de Cooperação de Segurança de Defesa do Pentágono disse que o Departamento de Estado dos EUA havia aprovado a venda de drones e mísseis para Taiwan por um valor estimado de US$ 360 milhões (R$ 1,9 bilhão).

Por lei, os Estados Unidos se comprometem a fornecer a Taiwan meios para se defender, apesar da falta de laços diplomáticos formais.

O Ministério da Defesa de Taiwan agradeceu pelo aval do Pentágono. Taiwan tem reclamado repetidamente de entregas atrasadas.

"A equipe especial Taiwan-EUA continua trabalhando duro para melhorar a eficiência das operações de vendas de armas entre os dois lados. Desta vez, o tempo de revisão administrativa foi significativamente reduzido", disse o ministério em um comunicado, sem dar detalhes.

Embora os EUA sejam o principal fornecedor internacional de armas de Taiwan, Lai e sua antecessora, Tsai Ing-wen, têm priorizado o aumento das capacidades domésticas.

No início do mês, quando o Massacre na Praça da Paz Celestial completou 35 anos, Lai afirmou que a violenta repressão chinesa na praça Tiananmen "não desaparecerá na torrente da história", ao recordar o evento que pode ter deixado mais de mil mortos em 1989, segundo estimativas.

O líder taiwanês já se ofereceu para dialogar com Pequim, mas as ofertas têm sido rejeitadas. Para ele, apenas o povo de Taiwan pode decidir seu futuro, e os dois lados do Estreito de Taiwan "não são subordinados um ao outro".

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.