Descrição de chapéu Taiwan China

Parlamento de Taiwan aprova reformas, e milhares vão às ruas em protesto

Medidas aumentam poder dos parlamentares e colocam presidente à disposição da Casa, dominada pela oposição

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Taipei | Reuters

Milhares de pessoas protestaram do lado de fora do Parlamento de Taiwan nesta terça-feira (28), após a aprovação de um pacote de reformas que dão aos legisladores o poder de solicitar a militares, empresas privadas ou indivíduos que divulguem informações consideradas relevantes pelos parlamentares.

Além disso, o pacote de reformas, que foi promovido pela oposição, criminaliza o desrespeito ao Parlamento por parte de funcionários do governo, exige que o presidente apresente relatórios regulares à Casa, bem como responda às perguntas dos parlamentares, o que seria inédito em Taiwan.

Manifestantes contra protestam do lado de fora do parlamento de Taiwan - Sam Yeh - 28.mai.24/AFP

Apesar de Lai Ching-te, do Partido Democrático Progressista (PDP), ter vencido as eleições presidenciais de Taiwan em janeiro, o partido perdeu sua maioria no parlamento. O Kuomintang (KMT), partido nacionalista de oposição, juntamente com o pequeno Partido do Povo de Taiwan (PPT) possuem o maior número de cadeiras. Diante deste cenário, a China aumenta seus esforços para influenciar a política da ilha —para Pequim, a China continental e Taiwan são duas partes de uma só China.

O PDP afirma que as reformas foram forçadas sem a devida consulta e que seu conteúdo é vago ou representa um excesso de poder. "Você pode tomar o Parlamento, mas não pode tomar a opinião pública", disse o líder parlamentar do PDP, Ker Chien-ming, acrescentando que Pequim havia influenciado a política taiwanesa.

Os parlamentares da oposição, segurando balões em forma de Sol, gritaram "deixem a luz do Sol entrar no Parlamento", bem como jogaram sacos de lixo e aviões de papel em seus colegas da oposição.

Do lado de fora, os manifestantes demonstraram sua indignação com a aprovação das reformas e também gritaram "recusem a interferência política chinesa", entre outros slogans.

"Esta é a voz do povo", disse Zheng Hung-gun, 33, que trabalha no setor alimentício. "Os taiwaneses não têm medo dos inimigos de fora, mas estamos preocupados com nossos inimigos internos."

Vários líderes veteranos do KMT visitaram a China este ano, no que o partido diz ser um esforço para manter as linhas de comunicação abertas. Ele nega ser pró-Pequim. A China se recusa a falar com o presidente Lai Ching-te ou com o PDP dizendo que eles são separatistas. Lai afirma que somente o povo de Taiwan pode decidir seu futuro e ofereceu repetidamente conversações com a China, mas foi rejeitado.

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