Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia

Ataque de Moscou próximo a Kiev mata 2 em meio a incursão ucraniana na Rússia

Autoridades ucranianas disseram que destroços de míssil abatido causaram mortes de pai e filho

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Kiev | Reuters

Um ataque aéreo da Rússia causou a morte de um menino de quatro anos e de seu pai numa área próxima a Kiev, disseram autoridades ucranianas neste domingo (11).

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, afirmou que o ataque envolveu um míssil fabricado pela Coreia do Norte, aliada da Rússia. Três outras pessoas, incluindo um adolescente, ficaram feridos no bombardeio, que atingiu uma região a leste da capital.

Ucranianos ao lado de casa destruída na região de Kiev após ataque de míssil da Rússia - Valentin Ogirenko/Reuters

Zelenski não deu mais detalhes sobre o ataque, mas os serviços de emergência da Ucrânia disseram que a casa das vítimas, localizada no distrito de Brovari, foi atingida por destroços de um míssil abatido.

Imagens publicadas pelas autoridades mostram agentes escavando uma pilha de destroços e retirando o corpo de uma criança.

"De acordo com informações preliminares, os russos usaram um míssil fabricado pela Coreia do Norte neste ataque. Mais um ataque terrorista deliberado contra a Ucrânia", escreveu Zelenski na rede social X. Ele disse que especialistas ainda estavam analisando o armamento utilizado.

Kiev ainda afirmou que, no total, quatro mísseis norte-coreanos KN-23 foram lançados pela Rússia, mas não especificou o que ocorreu com os outros três.

No ataque russo, realizado à noite, ainda foram lançados 57 drones fabricados pelo Irã. Autoridades ucranianas afirmaram que 53 deles foram destruídos pela defesa aérea do país.

A agência de notícias Reuters não conseguiu verificar de forma independente os relatos.

Em sua manifestação, Zelenski defendeu que os aliados do país ajudem na montagem de um sistema de escudo antiaéreo e pediu autorização para usar armas cedidas pelo Ocidente em ataques dentro do território russo.

Não houve comentário imediato da Rússia, mas o país nega reiteradamente mirar civis.

Também neste domingo, autoridades de Kiev e Moscou trocaram acusações sobre o início de um incêndio dentro do terreno da usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, que está sob ocupação da Rússia. O governo ucraniano disse a residentes para permanecerem calmos e afirmou que não foi identificada aumento nos níveis de radiação.

A IAEA, a agência de energia nuclear da ONU, disse que seus especialistas viram uma fumaça negra densa vindo de uma área ao norte da usina após múltiplas explosões. A IAEA afirmou que não recebeu dados sobre possíveis impactos na segurança da usina.

Zelenski acusou a Rússia de iniciar o incêndio. Já um representante do governo russo na região ocupada acusou Kiev de ser responsável pelo fogo, em razão de bombardeios contra uma cidade próxima que, como a usina nuclear, foi capturada pela Rússia.

O ataque próximo a Kiev ocorre no momento em que forças ucranianas realizam incursões na região russa de Kursk, no sul do país.

A Rússia retirou mais de 76 mil pessoas de áreas de Kursk próximas à fronteira com a Ucrânia após avanços das forças ucranianas no território na última semana.

Moscou admitiu neste domingo que as tropas ucranianas haviam avançado na região de Kursk em uma incursão que, segundo um alto funcionário de segurança ucraniano, tem como objetivo desestabilizar a capital russa e dispersar as forças envolvidas na invasão da Ucrânia. Segundo ele, "milhares de soldados" ucranianos estavam participando da operação.

Os avanços foram contidos por bombardeios aéreos, drones e artilharia, bem como pelo envio de contingentes de agrupamento implantado na região ucraniana de Kharkiv, de acordo com a mesma fonte.

Jornalistas da AFP viram no domingo dezenas de veículos blindados ucranianos em estradas da região de Sumy, fronteiriça com Kursk, com triângulos brancos pintados, supostamente para identificar as tropas ucranianas envolvidas na incursão.

Há relatos de batalhas intensas entre as tropas até 20 km dentro da região, no maior ataque de Kiev contra território soberano da Rússia desde o início da guerra no Leste Europeu, em fevereiro de 2022.

Até o início desta ofensiva, a guerra vinha sendo travada quase exclusivamente dentro das fronteiras da Ucrânia.

Na sexta (9), o governo de Vladimir Putin anunciou o envio de mais tropas para conter a incursão, além de uma lista de equipamentos militares que incluía lançadores BM-21 Grad e caminhões Ural e Kamaz.

Putin denunciou uma "provocação em grande escala" por parte da Ucrânia.

No sábado (10), Zelenski, reconheceu pela primeira vez que forças ucranianas estão lutando em Kursk. Em uma mensagem de vídeo, ele disse que tinha discutido a operação com o principal comandante militar da Ucrânia, Oleksandr Sirskii.

"Hoje recebi diversos relatórios sobre nossas ações para levar a guerra ao território do agressor", disse o presidente. "Estou agradecido a cada unidade das forças de defesa por garantir que a Ucrânia prove que pode restaurar a justiça e aplicar a pressão necessária contra o agressor".

Neste domingo, o ministério de Defesa da Rússia disse que 14 drones ucranianos tinham sido destruídos na região de Kursk, além de quatro mísseis balísticos.

A pasta afirmou ainda que a incursão ucraniana não faz sentido do ponto de vista militar.

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