Um deslizamento de terra em um aterro sanitário em Campala, capital de Uganda, na sexta-feira (9) deixou ao menos 26 mortos e 39 desaparecidos. A cifra foi atualizada pela polícia nesta quarta (14).
Segundo a imprensa local, casas, pessoas e animais foram soterrados por montanhas de lixo do aterro de Kiteezi, distrito no norte de Campala, após fortes chuvas na sexta. Muitos dormiam no momento da tragédia.
O porta-voz da polícia, Patrick Onyango, afirmou que 14 corpos foram recuperados no sábado e outros 4 no domingo. "Cerca de mil pessoas foram deslocadas pelo incidente", disse. "Trinta e nove pessoas foram registradas como desaparecidas", afirmou Onyango nesta quarta.
O ditador de Uganda, Yoweri Museveni, ordenou no domingo (11) que o Exército ajude na operação de buscas e exigiu saber como se permitiu que construções fossem erguidas perto de um "morro potencialmente perigoso". No X, o regime disse que tomará medidas contra quaisquer autoridades consideradas negligentes.
Na mesma rede social, Museveni anunciou que pagará indenizações no valor equivalente a R$ 7.000 às famílias dos mortos e a R$ 1.400 para cada ferido.
O prefeito de Campala, Erias Lukwago, disse à agência de notícias AFP que o aterro sanitário de Kiteezi, que mede 140 mil metros quadrados, estava lotado. "É um desastre que estava anunciado", afirmou.
Há oito meses, um funcionário da entidade que administra o aterro chamou a situação no local de "crise nacional".
A Cruz Vermelha afirmou que montou barracas nas proximidades para abrigar os moradores do local atingido que foram deslocados.
O aterro sanitário Kiteezi tem servido como o único depósito de lixo de Campala por décadas e se transformou em uma grande colina. Os moradores há muito tempo reclamam do lixo, que polui o ambiente e representa um perigo para os residentes.
Os esforços da autoridade da cidade para estruturar um novo aterro sanitário arrastam-se há anos.
Houve tragédias semelhantes em outras partes da África devido a montanhas mal administradas de lixo municipal.
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