Anunciada nesta segunda-feira (5) pelo chefe do Exército de Bangladesh, o general Waker-Us-Zaman, a renúncia da primeira-ministra do país, Sheikh Hasina, trouxe novamente o foco para a história de convulsões políticas e golpes do país.
Daca vinha enfrentando desde o mês passado uma onda de protestos violentos que deixou pelo menos 280 mortos. As manifestações foram provocadas pela revolta contra o sistema que reservava 30% das vagas no serviço público para familiares de pessoas que lutaram pela independência do país, em 1971.
Conheça outros episódios de violência política do país.
1975
O então primeiro-ministro do país, Sheikh Mujibur Rahman —pai de Hasina—, é assassinado juntamente com a maioria de seus familiares em um golpe militar. Dois golpes adicionais naquele mesmo ano terminam com o general Ziaur Rahman assumindo o poder, em novembro.
1981
Rahman é assassinado por rebeldes que invadiram o local em que ele estava, uma casa de hóspedes mantida pelo regime em Chittagong. Acredita-se que o ataque foi planejado por um grupo de oficiais do Exército, mas a própria Forças Armadas permaneceram leais à administração e reprimiram manifestações populares.
1982
O sucessor de Rahman, Abdus Sattar, é deposto por Hussein Muhammad Ershad em um golpe militar sem derramamento de sangue. Ershad a princípio assume como dirigente interino e, depois, como presidente.
2007
O chefe do Exército organiza um golpe militar bem-sucedido. Um governo provisório comanda o país nos dois anos seguintes, até Hasina assumir o poder, em 2009.
2009
Insatisfeitas com seus salários e condições de vida, forças paramilitares revoltadas matam mais de 70 pessoas na capital Daca, oficiais do Exército em sua maioria. O movimento se espalha para diversas cidades e termina após seis dias.
2012
O Exército de Bangladesh diz ter frustrado uma tentativa de golpe por oficiais da reserva e da ativa motivada por uma campanha para introduzir a lei islâmica, ou sharia, no país.
2024
O general Waker-Uz-Zaman anuncia a renúncia de Hasina após dias de protestos violentos contra cotas no funcionalismo público.
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