Descrição de chapéu Timor Leste

Metade da população do Timor Leste acompanha missa de Francisco em Dili

Cerca de 600 mil fiéis enfrentam calor intenso para ouvir do papa que divulguem 'o perfume do Evangelho' contra violência

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Dili | AFP e Reuters

Mais de 600 mil pessoas acompanharam nesta terça-feira (10), sob um calor intenso, a missa do papa Francisco em Dili, capital do Timor Leste, um dos pontos altos de sua viagem pela região da Ásia e da Oceania.

Autoridades disseram que quase metade da população do país estava presente ao evento. De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o total de moradores do Timor Leste, em 2022, era de 1,34 milhão.

A imagem mostra o Papa em um carro aberto, acenando para uma multidão de pessoas que o cercam. Ele está cercado por seguranças e há várias pessoas segurando celulares e bandeiras. O ambiente é festivo, com muitas pessoas visíveis na multidão, algumas segurando cartazes e outras com expressões de alegria.
Papa Francisco cumprimenta fiéis católicos do seu papamóvel, após presidir a missa na Esplanada de Tasitolu, em Díli, capital do Timor Leste - Valentino Dariell de Sousa/AFP

A missa de três horas na esplanada de Tasitolu representou um desafio físico ao pontífice de 87 anos, que tem usado cadeira de rodas para se locomover. Depois, ele passeou com o papamóvel entre a multidão, enfrentando temperaturas superiores a 30ºC.

Muitos se abrigaram sob guarda-sóis decorados nas cores branca e amarela da bandeira do Vaticano, enquanto outros carregavam cartazes pedindo bênçãos e cantavam melodias locais.

As pessoas se reuniam ao redor dele, tocavam suas mãos, beijavam seu anel papal de prata ou ofereciam presentes, como um lenço tradicional de tecido para ele usar naquele calor. Dançarinos com cocares de penas também tocavam tambores pequenos.

Um dia antes, na segunda (9), o pontífice foi recebido como um astro da música, com milhares de fiéis reunidos nas ruas da capital Dili.

O Vaticano, em comunicado, citou a estimativa de autoridades do país de que metade da população estava presente ao evento na esplanada e nas suas imediações.

A imagem mostra uma grande multidão reunida em um evento ao ar livre, com pessoas vestindo camisetas brancas e chapéus. O cenário é montanhoso ao fundo, e a iluminação é suave, indicando que é ao entardecer. Algumas pessoas estão segurando bandeiras ou cartazes, e a multidão parece animada e engajada.
Fiéis católicos se reúnem para a missa celebrada pelo papa Francisco na esplanada de Tasitolu, em Díli, Timor Leste - Willy Kurniawan /AFP

O pequeno país, com 98% da população católica, é a terceira etapa da viagem de 12 dias do pontífice, que já passou por Indonésia e Papua-Nova Guiné, e terminará em Singapura.

No primeiro dia no Timor Leste, Francisco discursou para as autoridades e celebrou o período de "paz e liberdade" no país após sua independência em 2002, mas fez um apelo para que evitem os abusos contra os jovens após vários escândalos de pedofilia na Igreja local.

Mas o principal evento da visita foi a missa desta terça-feira, que pode ser uma das maiores de seus 13 anos de papado. Em 2023, quase um milhão de pessoas se reuniram em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, durante a visita do papa. O recorde de seu papado aconteceu na capital das Filipinas, Manila, em 2015, onde as autoridades afirmam que o jesuíta argentino reuniu seis milhões de pessoas.

CUSTO DA VISITA

Em um discurso na catedral de Díli, Francisco pediu aos fiéis que divulguem "o perfume do Evangelho" contra o alcoolismo, a violência e a falta de respeito às mulheres.

A agenda do papa para terça-feira incluia ainda encontros com jesuítas e com crianças com deficiência.

"É um orgulho para nós. É uma bênção de Deus para nós, para o povo desta terra", disse Atanasio Sarmento de Sousa, membro da comissão que organizou a visita de Francisco.

Esta é a segunda visita de um pontífice ao Timor Leste, após João Paulo 2º (1920-2005).

A história do país mais jovem do sudeste asiático foi marcada por séculos de colonização portuguesa, quase 25 anos de ocupação indonésia (dezembro de 1975 a outubro de 1999), que deixou mais de 200 mil mortos, e um referendo de independência apoiado pela ONU (Organização das Nações Unidas).

A jovem democracia é uma das nações mais pobres do mundo que, no entanto, gastou US$ 12 milhões de dólares (cerca de R$ 67 milhões) para reformar a capital antes da visita do papa, o que provocou críticas de grupos de ativistas, que também denunciaram a derrubada de algumas casas na área de celebração da missa. O governo alega que os imóveis haviam sido construídos de maneira ilegal.

As autoridades também expulsaram os vendedores ambulantes e as pessoas em situação de rua das áreas que seriam visitadas por Francisco.

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