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EUA rejeitam negociação com Wikileaks sobre divulgação de novos documentos
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DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Os Estados Unidos rejeitaram na madrugada de sábado qualquer espécie de negociação com o Wikileaks acerca da anunciada divulgação de documentos confidenciais do governo, afirmando que o site viola a lei americana.
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"Não nos envolveremos em uma negociação sobre a próxima publicação ou disseminação de materiais confidenciais dos EUA obtidos de forma ilegal", declarou em uma nota o assessor jurídico do departamento de Estado, Harold Koh, dirigindo-se ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, e seu advogado.
"Como vocês sabem, se algum dos materiais que vocês têm a intenção de publicar foram entregues por funcionários ou qualquer intermediário sem a devida autorização, (eles) chegaram até vocês em violação da lei dos Estados Unidos e sem considerar as graves consequências desta ação", destacou Koh. "Enquanto o WikiLeaks detiver este material, a violação da lei continua".
TESTE
A nova série de vazamentos de documentos oficiais americanos por meio do site Wikileaks prevista para as próximas horas vai colocar à prova a relação entre os Estados Unidos e o Reino Unido.
O anúncio consta neste domingo na imprensa britânica, antecipando conteúdos de alguns documentos, principalmente comunicações recentes entre as embaixadas americanas e Washington do período entre janeiro de 2009 e junho de 2010.
Fontes do Governo britânico citadas pelo "The Sunday Telegraph" indicaram que os vazamentos serão publicados a conta-gotas durante toda semana e incluem comentários de diplomatas americanos sobre o ex-primeiro-ministro trabalhista britânico Gordon Brown e sobre as eleições realizadas em maio.
Uma dessas fontes explicou que os vazamentos "serão mais embaraçosos do que prejudiciais" para o atual Governo de coalizão entre conservadores e liberais-democratas, mas que "o anterior Governo trabalhista tem muitas mais razões para ficar nervoso".
O "Sunday Telegraph" assinala que é "praticamente certo" que as conversas abordam o difícil relacionamento de Brown com o presidente americano, Barack Obama, incluindo uma visita a Nova York em setembro de 2009 durante a qual a Casa Branca foi acusada de "desprezar" o ex-líder britânico.
"The Mail on Sunday" garante que serão divulgadas 800 mensagens da embaixada americana em Londres com comentários "negativos e hostis" sobre Brown e o Governo trabalhista, supostamente em relação à entrega no ano passado à Líbia de Abdelbaset Ali Mohmed Al Megrahi, condenado pelo atentado de Lockerbie de 1988.
A publicação afirma que há "corrosivos" comentários sobre a personalidade de Brown e preocupação com que seguisse no poder.
WASHINGTON-LONDRES
Conforme o jornal britânico, os documentos poderiam mostrar "a pouca consideração" que a Casa Branca tem pela denominada "relação especial" entre Washington e Londres, e que a opinião sobre o atual primeiro-ministro, David Cameron, também não é boa.
Após conhecer-se que seriam divulgados novos documentos pelo WikiLeaks, o Governo americano entrou em contato com seus aliados, preocupado pelo dano que estas revelações possam causar na relação com países como Reino Unido, Israel e Canadá.
No caso de Londres, o embaixador americano, Louis Susman, reuniu-se nos últimos dias com membros do Governo britânico.
"Sunday Telegraph" e "The Mail on Sunday" informam que a primeira divulgação de documentos deverá trazer "comentários vívidos" feitos por diplomatas americanos sobre líderes mundiais como Nelson Mandela, Robert Mugabe (presidente do Zimbábue), Hamid Karzai (presidente do Afeganistão) e Muammar Kadafi (presidente da Líbia).
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