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José Otavio Costa Auler Jr e Paulo M. Hoff: Icesp, dez anos de um gigante da medicina

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira se tornou o maior centro de oncologia público da América Latina em uma década

Hall de entrada do Icesp, onde há um mural de Romero Britto
Hall de entrada do Icesp, onde há um mural de Romero Britto - Eduardo Knapp/Folhapress

Nas últimas décadas, acompanhamos o gradativo e constante envelhecimento da população brasileira. A ótima notícia, com o aumento de nossa expectativa de vida, também nos trouxe novos e grandes desafios, principalmente na área da saúde.
 
Tornou-se necessário garantir qualidade a esses anos de vida a mais que conquistamos. Foi dentro desse contexto que o governo de São Paulo decidiu criar o primeiro hospital estadual destinado exclusivamente ao tratamento oncológico.

Assim, em 6 de maio de 2008, nasceu o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira. O Icesp, desde logo, tornou-se referência em tratamento oncológico altamente especializado, sendo reconhecido pela população como o melhor hospital público da cidade de São Paulo.

Ao vincular o hospital à Faculdade de Medicina da USP e à gestão administrativa da Fundação Faculdade de Medicina, o poder público assegurou que, além de assistência altamente especializada, o Icesp passasse a ser referência nos pilares da academia, ensino e pesquisa, assim como já acontecia em todo o Hospital das Clínicas da FMUSP.

Assim, o Icesp se tornou o maior centro de oncologia público da América Latina. Em uma década, 94 mil pessoas foram tratadas pela instituição, que possui atualmente 45 mil pacientes ativos.

O instituto realizou mais de 1,6 milhão de consultas médicas, em 31 especialidades, 1,1 milhão de consultas multiprofissionais, cerca de 20 milhões de exames de análises clínicas e 1,4 milhão de exames de imagem. Atingiu também a marca de 430 mil sessões de radioterapia. Foram mais de 440 mil sessões de quimioterapia, 220 mil atendimentos de urgência e emergência e 65 mil cirurgias.

O padrão de excelência do Icesp permitiu à instituição receber o selo de acreditação internacional emitido pela Joint Comission, instituição norte-americana atestando a qualidade da assistência.

A tecnologia usada no Icesp é das mais avançadas entre os hospitais públicos do Brasil e não deixa a desejar em relação à maioria dos serviços privados. Destaque para o protocolo de pesquisa de cirurgia robótica, e para o Centro de Simulação Realística em Saúde, para simulações de atendimento que preparam os profissionais e familiares para os mais diferentes tipos de situações. O instituto nasceu 100% digital, com prontuários eletrônicos e imagens digitais.

Na pesquisa, o Centro de Intervenção Translacional reúne profissionais que atuam de forma integrada em especialidades como genética molecular, biobanco de tumores e laboratório de expressão gênica e sequenciamento, entre outros. Em outra frente, o Icesp trabalha com pesquisas de novos medicamentos e estratégias de tratamento oncológico que possam ter mais eficácia.

Como destaque, programas de humanização, que vão desde o acolhimento de pacientes, profissionais à disposição 24h por telefone para esclarecimento de dúvidas e o projeto “Remama”, que usa remo e barco na reabilitação de mulheres vítimas do câncer de mama.

O Icesp dá, portanto, em seus dez anos de existência, um exemplo de que é possível oferecer assistência pública de qualidade ao paciente oncológico, tratamento humanizado e com um corpo de colaboradores altamente qualificados.

Uma trajetória que nos enche de orgulho e redobra nossas responsabilidades, além de exigir de todo o poder público a manutenção dos recursos e investimentos necessários para que o atendimento à população seja sempre o melhor possível. Vida longa ao mais novo instituto do Hospital das Clínicas da FMUSP.

José Otavio Costa Auler Jr

É diretor da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e presidente do Conselho Deliberativo do Hospital das Clínicas da FMUSP

Paulo M. Hoff

Professor-titular de oncologia da Faculdade de Medicina da USP, é diretor-geral do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira)

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