Nas últimas décadas, acompanhamos o gradativo e constante envelhecimento da população brasileira. A ótima notícia, com o aumento de nossa expectativa de vida, também nos trouxe novos e grandes desafios, principalmente na área da saúde.
Tornou-se necessário garantir qualidade a esses anos de vida a mais que conquistamos. Foi dentro desse contexto que o governo de São Paulo decidiu criar o primeiro hospital estadual destinado exclusivamente ao tratamento oncológico.
Assim, em 6 de maio de 2008, nasceu o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira. O Icesp, desde logo, tornou-se referência em tratamento oncológico altamente especializado, sendo reconhecido pela população como o melhor hospital público da cidade de São Paulo.
Ao vincular o hospital à Faculdade de Medicina da USP e à gestão administrativa da Fundação Faculdade de Medicina, o poder público assegurou que, além de assistência altamente especializada, o Icesp passasse a ser referência nos pilares da academia, ensino e pesquisa, assim como já acontecia em todo o Hospital das Clínicas da FMUSP.
Assim, o Icesp se tornou o maior centro de oncologia público da América Latina. Em uma década, 94 mil pessoas foram tratadas pela instituição, que possui atualmente 45 mil pacientes ativos.
O instituto realizou mais de 1,6 milhão de consultas médicas, em 31 especialidades, 1,1 milhão de consultas multiprofissionais, cerca de 20 milhões de exames de análises clínicas e 1,4 milhão de exames de imagem. Atingiu também a marca de 430 mil sessões de radioterapia. Foram mais de 440 mil sessões de quimioterapia, 220 mil atendimentos de urgência e emergência e 65 mil cirurgias.
O padrão de excelência do Icesp permitiu à instituição receber o selo de acreditação internacional emitido pela Joint Comission, instituição norte-americana atestando a qualidade da assistência.
A tecnologia usada no Icesp é das mais avançadas entre os hospitais públicos do Brasil e não deixa a desejar em relação à maioria dos serviços privados. Destaque para o protocolo de pesquisa de cirurgia robótica, e para o Centro de Simulação Realística em Saúde, para simulações de atendimento que preparam os profissionais e familiares para os mais diferentes tipos de situações. O instituto nasceu 100% digital, com prontuários eletrônicos e imagens digitais.
Na pesquisa, o Centro de Intervenção Translacional reúne profissionais que atuam de forma integrada em especialidades como genética molecular, biobanco de tumores e laboratório de expressão gênica e sequenciamento, entre outros. Em outra frente, o Icesp trabalha com pesquisas de novos medicamentos e estratégias de tratamento oncológico que possam ter mais eficácia.
Como destaque, programas de humanização, que vão desde o acolhimento de pacientes, profissionais à disposição 24h por telefone para esclarecimento de dúvidas e o projeto “Remama”, que usa remo e barco na reabilitação de mulheres vítimas do câncer de mama.
O Icesp dá, portanto, em seus dez anos de existência, um exemplo de que é possível oferecer assistência pública de qualidade ao paciente oncológico, tratamento humanizado e com um corpo de colaboradores altamente qualificados.
Uma trajetória que nos enche de orgulho e redobra nossas responsabilidades, além de exigir de todo o poder público a manutenção dos recursos e investimentos necessários para que o atendimento à população seja sempre o melhor possível. Vida longa ao mais novo instituto do Hospital das Clínicas da FMUSP.
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