Conhecido por usar a expressão “tempos estranhos” para se referir a casos de tensão na vida nacional, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello diz que o momento atual “é estranho em todas as áreas”.
Em entrevista ao Café da Manhã, o decano da corte fala sobre os atritos entre o tribunal e o governo Jair Bolsonaro, os questionamentos à urna eletrônica e o envolvimento dos militares na política. “Eles devem estar nos quartéis”, afirma o ministro. Para Marco Aurélio, as Forças Armadas são “do país, e não do governo, seja este ou aquele”.
Marco Aurélio, indicado em 1990 pelo ex-presidente Fernando Collor, irá se aposentar até 12 de julho, quando completa 75 anos. Com a saída dele, Bolsonaro pode fazer mais uma indicação ao STF —e continua dando sinais de que vai escolher um ministro “terrivelmente evangélico”.
Presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em três ocasiões, inclusive durante a implementação das primeiras urnas eletrônicas em 1996, Marco Aurélio descarta os questionamentos da lisura do sistema eleitoral brasileiro. “A urna eletrônica é o processo que preserva melhor a vontade do eleitor”, diz o ministro.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando abaixo. Para acessar no aplicativo basta se cadastrar gratuitamente.
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O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Magê Flores e Bruno Boghossian, com produção de Jéssica Maes, Laila Mouallem e Victor Lacombe. A edição de som é de Thomé Granemann.
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