O paciente precisa se identificar com o analista? O episódio desta sexta-feira (15) de Meu Inconsciente Coletivo trata da busca de pacientes negros por analistas negros. Para a sétima temporada do podcast, Tati Bernardi consultou psicanalistas sobre as principais queixas que aparecem nos divãs e reuniu dez desses temas.
A escritora, roteirista e colunista da Folha conversa com o psicanalista Paulo Bueno, autor de "Coisas que o Pedro me ensina: Crônicas de uma paternidade" (ed. 106). "Não necessariamente há uma correspondência direta no processo analítico entre a procura e o acolhimento. Aquilo que leva o paciente à procura e escolha de um analista negro precisa ser investigado analiticamente", diz Paulo.
No podcast, ele ressalta o que chama de ponto de ancoragem da prática psicanalítica: um apego convicto à diferença. "A gente acolhe todos os pacientes, mas o que conduz a nossa prática e a nossa ética é singularizar o modo como o sujeito sofre. Não se trata de sofrer cotidianamente racismo, mas como é o sofrimento. E como ele se posiciona diante desse sofrimento tem a ver com ele, com a história das relações raciais no país e com a história particular desse sujeito", completa.
No podcast, que começou a ser publicado em fevereiro de 2021, Tati conversa com psicanalistas, psicólogos e psiquiatras e abre ao público temas recorrentes em suas sessões de terapia. Meu Inconsciente Coletivo já tratou de neuroses modernas, amor, e também de dramas vividos por personagens de grandes livros, filmes e séries.
A sétima temporada conta ainda com a participação dos psicanalistas André Alves, Mario Eduardo Costa Pereira, Lucas Liedke, Carolina Leão, Paulo Beer, Rafaela Zorzanelli, Lucas Charafeddine Bulamah, Clarice Paulon e Rosely Sayão. O podcast está nos principais agregadores e tem novos episódios todas as sextas, às 8h.
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