Doria se contrapõe a Alckmin e diz que seria 'muito mais duro' na segurança pública

Pré-candidato do PSDB ao governo de São Paulo afirmou que não aceitaria apoio de Bolsonaro

São Paulo

O pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes, João Doria (PSDB), se contrapôs nesta quarta-feira (11) à gestão do tucano e ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin e disse que, se eleito, será “muito mais duro” na área da segurança pública. Ele também cobrou de seu correligionário a privatização da Petrobras.

Doria ressaltou que São Paulo tem os melhores índices de segurança do país, mas, segundo ele, a sensação de insegurança aumentou, sobretudo nas cidades do interior.

"Eu tenho rodado o interior do estado de São Paulo e fico preocupado ao ver que, até nas pequenas cidades, o índice de criminalidade cresceu muito. Aliás no interior, há 10, 15 anos, não havia esse medo que hoje é determinado pela criminalidade", afirmou Doria em entrevista à rádio Jovem Pan. "Na área de segurança, eu serei muito mais duro e não haverá nenhum tipo de condescendência".

O pré-candidato promete maior investimento na inteligência, reavaliar o salário e aumentar o contingente das polícias. Segundo Doria, o número de policiais vem diminuindo por causa da falta de reposição. O tucano também defendeu a instalação de 3.200 câmeras na capital paulista durante o seu governo.

Doria criticou o sistema carcerário em São Paulo e, sem dar muitos detalhes, propôs que todos os detentos do estado trabalhem. “É bizarro imaginar que um prisioneiro controle operações de bandidagem e assassinatos. Isso vai mudar”, disse.

Em relação à Petrobras, Doria afirmou ser favorável à privatização da empresa –Alckmin já disse que, se eleito, manterá a petroleira estatal.

“Temos que terminar com o monopólio público, espero que Alckmin, sendo eleito presidente, proponha o fim da Petrobras e sua privatização”, disse.

Apesar das divergências, Doria voltou a negar qualquer possibilidade de se candidatar ao Planalto. O tucano reconheceu que há certo distanciamento de Alckmin em eventos públicos, mas afirmou que o ex-governador passará a fazer campanha a seu lado a partir do mês que vem. “Alckmin é o meu candidato”, disse.

Sobre o fato de Alckmin não decolar nas pesquisas de intenção de voto, Doria disse que seu colega de partido precisa “voltar a fazer campanha”.

Questionado sobre sua saída da Prefeitura de São Paulo após um ano e três meses, mesmo com a promessa de que cumpriria o mandato de quatro anos, o tucano afirmou que ainda se vê como um gestor e que deixou uma equipe competente na administração da cidade.

Ele afirmou que não aceitaria apoio de Jair Bolsonaro (PSL) para sua candidatura pois o presidenciável tem ideias "extremistas”.

“Não [aceitaria apoio]. Agradeço, mas declino. Não acredito em extremismos, mas em projeto central, liberal. Eu não desrespeito quem o apoia, os que tendem a ter visão que extremismo de direita tende a salvar o país, e nem de esquerda. Precisamos de um país que vá para frente, mas não é preciso empunhar armas e destruir economia e nem ‘venezualizar’ o país para isso”, disse.

O ex-prefeito confirmou que os deputados federais Ricardo Tripoli e Mara Gabrilli serão os candidatos do PSDB ao Senado com a desistência do apresentador José Luiz Datena (DEM). A informação foi antecipada pela coluna Painel desta quarta.

Procurado pela reportagem, Alckmin ainda não se manifestou sobre as declarações de Doria.
 

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