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Após decisão do STJ, ação sobre corrupção no governo Richa sai das mãos de Moro

Medida atende a um pedido da defesa do ex-governador para redistribuir a ação

Estelita Hass Carazzai
Curitiba

O juiz federal Sergio Moro determinou, nesta quinta-feira (20), o envio, para um novo juiz, da ação penal sobre suspeitas de corrupção na gestão de Beto Richa (PSDB), ex-governador do Paraná e atual candidato ao Senado.

A denúncia, que havia sido acolhida há duas semanas por Moro, apura desvios no contrato da rodovia PR-323, negociado com a empreiteira Obebrecht.

Richa não está entre os réus, mas seu ex-chefe de gabinete, Deonilson Roldo, foi denunciado sob acusação de corrupção passiva.

O ex-governador do Paraná Beto Richa, candidato do PSDB ao Senado, durante ato de campanha
O ex-governador do Paraná Beto Richa, candidato do PSDB ao Senado, durante ato de campanha - Divulgação

A medida atende a uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que acolheu, na noite de quarta (19), um pedido da defesa de Richa para que a ação fosse redistribuída.

O STJ entendeu que não há conexão dos fatos apurados na ação com a Operação Lava Jato, para a qual Moro é designado com exclusividade.

A denúncia em análise surgiu a partir da delação de executivos da Odebrecht, mas não está conectada aos desvios na Petrobras.

No despacho desta quinta, Moro disse ver “clara prevenção e conexão [da ação] com outros processos da Lava Jato”, mas disse não ter alternativa a não ser acatar a decisão do STJ.

Quem assume a ação, a partir de agora, é o juiz da 23ª Vara Federal Criminal de Curitiba, Paulo Sérgio Ribeiro.

A medida terá impacto também na última fase da Operação Lava Jato, deflagrada na semana passada e que investigou novas suspeitas de corrupção na gestão Richa. Roldo, ex-chefe de gabinete do tucano, foi preso preventivamente, assim como o empresário Jorge Atherino.

Os autos dessa investigação, assim como de outros inquéritos correlatos, foram redistribuídos a Ribeiro.

Caberá ao novo juiz determinar se os investigados continuarão presos –o que foi recomendado por Moro, dando destaque ao inquérito em andamento também na Justiça Estadual, que prendeu Richa por quatro dias na semana passada.

“Destaco, por oportuno, que o esquema criminoso descoberto na Justiça Estadual reforça a constatação, em cognição sumária, da prática serial de crimes de corrupção e de lavagem pelos acusados presos”, afirmou Moro.

Richa afirma não ter participado de irregularidades e diz confiar na Justiça.

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