Descrição de chapéu Eleições 2018

Novidade na eleição, biometria causa filas em locais de votos pelo país

Eleitores de Salvador e Belo Horizonte enfrentaram longa espera para votar

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Eleitor passa por cadastro biométrico para votar em Guarulhos (SP)
Eleitor usa digital para votar em Guarulhos (SP) - Adriano Vizoni/Folhapress
São Paulo, Salvador e Belo Horizonte

Criado para agilizar o voto e garantir lisura ao processo eleitoral no país, o cadastro biométrico tem sido apontado como o causador de longas filas nos locais de votação em várias partes do país neste domingo (7) de primeiro turno das eleições.

Em Salvador, capital que registrou problemas para recadastrar os eleitores ao novo sistema, a reportagem da Folha presenciou uma demora de até duas horas e meia. Nas seções da Faculdade de Administração da UFBA (Universidade Federal da Bahia), eleitores reclamaram da espera. "Está muito desorganizado", reclamou o comerciante Walter Vidal, 50, que ficou pouco mais de duas horas na fila. 

O médico Emílio Brito, 31, que esperou pouco mais de duas horas e meia na fila, afirmou que a biometria, aliado a uma eleição na qual são escolhidos seis candidatos, fez com que a votação avançasse bem lentamente. "Tem que fazer ajustes para a próxima eleição".

A engenheira Luciana Gondim, 27, ainda reclamou da fusão de antigas seções eleitorais em uma única, o que teria potencializado as filas. 

Nem o prefeito da cidade escapou. ACM Neto precisou aguardar uma hora e meia na fila para votar em uma seção instalada na Faculdade de Administração da UFBA (Universidade Federal da Bahia).

Antes de se dirigir ao local, o prefeito acompanhou a votação do deputado federal Jutahy Júnior (PSDB), que concorre a uma vaga ao Senado. "As pessoas que têm consciência precisam ir às urnas. A postura deve ser sempre a de agir, de sair de casa, e não a de cruzar os braços. E vamos respeitar o resultado que vier das urnas".

Na capital mineira, Belo Horizonte, a mesma reclamação. Eleitores que estavam no Colégio Santo Antônio, no bairro Funcionários (centro-sul), demoraram muito tempo para votar. "É terrível", disse Wilson Fonseca, 36. No horário do almoço, segundo ele, as filas são comuns.

A principal reclamação era de que a fila não andava, pois os eleitores com prioridade, como idosos, eram muitos e não havia chance para os eleitores comuns.

Os mesários tiveram que passar a revezar idosos e os demais. Ainda assim, a fila causava aperto no corredor. No local para o voto em trânsito, a mesária afirmou que havia um recorde de fila. A seção também comporta eleitores de mobilidade reduzida.

MAIS RÁPIDO

Em Guarulhos, segundo maior colégio eleitoral do estado de São Paulo e o maior onde o cadastramento biométrico foi obrigatório, a situação é outra: a identificação pela impressão digital transcorre sem problemas.

"É mais rápido. E ajuda a não ter fraude", disse o motorista José Marcos Ferreira, 55, após votar, no bairro dos Pimentas. Na cidade paulista, 99,92% dos 814.342 eleitores do município fizeram o cadastramento biométrico.

Gelson Alecsandro Grandão, 37, foi um dos 652 que teve o título de eleitor cancelado por não ter feito o cadastro.

Ele compareceu no seu local de votação, no bairro de Bonsucesso, para saber se conseguiria votar, mas seu nome não estava na lista. "Não fui [cadastrar a digital] porque não quis, estava com preguiça", contou.

O fiscal da seção o orientou a comparecer em um cartório eleitoral a partir de 5 de novembro para regularizar sua situação.

Outra novidade desta eleição é o e-título, versão eletrônica do título de eleitor. Em Pimentas, o motorista Ferreira utilizou a versão na tela do celular para se identificar. "Achei mais prático, é só baixar o aplicativo", afirmou.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.